De 8 dias a 8 meses: que riscos correm os astronautas 'presos' no espaço?

Os astronautas Sunita Williams e Barry Wilmore esperavam ficar no espaço por dias, e não meses. Quais os ricos para a saúde física e mental deles?

Os astronautas Sunita Williams e Barry Wilmore esperavam ficar no espaço por dias, e não meses. | Reprodução
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Quando os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams partiram em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) em junho, esperavam passar apenas oito dias no espaço. Agora, no entanto, enfrentam a possibilidade de ficar até oito meses antes de retornarem à Terra. Essa prolongada estadia, porém, pode representar riscos à saúde física e mental dos astronautas da Nasa.

Os seres humanos não foram projetados para viver em condições de microgravidade. Por isso, aqueles que viajam ao espaço precisam de um treinamento intensivo e um rigoroso monitoramento de saúde, tanto antes quanto durante e após a missão.

COMO É FEITA A ESCOLHA DE ASTRONAUTAS

Os astronautas escolhidos para missões espaciais são selecionados não apenas pela sua habilidade de executar tarefas específicas, mas também pela capacidade de lidar com situações de estresse elevado. Isso é evidente no caso de Wilmore e Williams, que serviram como pilotos de teste para o primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, rumo à ISS. Agora, devido a problemas técnicos na cápsula, eles estão presos no espaço.

Nasa diz que ainda não tem data para trazer de volta à Terra os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams — Foto: Reprodução/TV Globo 

VOLTA PODE SER SÓ EM 2025

Enquanto a Nasa e a Boeing avaliam se Barry Wilmore e Sunita Williams retornarão à Terra na própria cápsula Starliner ou se deverão aguardar até fevereiro de 2025 para voltar com uma tripulação da SpaceX, os astronautas são obrigados a lidar com os efeitos da exposição prolongada à radiação e à microgravidade.

Reiter, que participou de duas missões espaciais — a primeira na estação espacial soviética Mir, desativada em 2001, e a segunda como engenheiro de voo na ISS —, teve Sunita Williams como sua substituta durante a primeira missão dela no espaço.

IMPACTO DAS VIAGENS ESPACIAIS À SAÚDE

Wilmore e Williams, veteranos da Nasa com 178 e 322 dias no espaço, respectivamente, já enfrentaram os efeitos da microgravidade e da radiação espacial. Agências espaciais, como o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), dedicam-se a estudar esses impactos no corpo humano. 

Nasa diz que ainda não tem data para trazer de volta à Terra os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams - Foto: Reprodução

Em junho de 2024, a revista Nature publicou mais de 40 estudos sobre medicina e biologia espacial, incluindo o estudo TWINS, que comparou os astronautas Scott e Mark Kelly, destacando a radiação como um dos principais riscos de uma longa permanência no espaço.

"A exposição à radiação espacial será o grande fator limitante do desempenho dos astronautas ou do tempo que eles poderão ficar no espaço”, disse Susan Bailey, bióloga de radiação da Universidade Estadual do Colorado. Bailey liderou a pesquisa TWINS sobre o efeito da radiação nos telômeros, minúsculas capas genéticas na extremidade dos cromossomos humanos. 

DE PEDRA NOS RINS A VISÃO RUIM

A microgravidade no espaço é um desafio significativo, levando à desmineralização óssea, com perda de 1% a 1,5% de densidade óssea por mês. Isso altera os níveis de minerais no corpo, aumentando o risco de cálculos renais. A microgravidade também pode afetar a visão devido à pressão dos fluidos sobre os olhos, podendo causar a Síndrome Neuro-ocular Associada ao Voo Espacial (Sans). Ao retornarem à Terra, Williams e Wilmore passarão por monitoramento regular de saúde.  

Nasa diz que ainda não tem data para trazer de volta à Terra os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams - Foto: Reprodução

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