As quatro crianças indígenas que passaram 40 dias desaparecidas na mata colombiana, após sofrerem um acidente de avião, fugiram e se esconderam quando ouviram gritos de policiais militares que estavam a sua procura, segundo o depoimento do avô delas divulgado neste domingo (11).
As menores, com idade entre 1 a 13 anos, foram encontradas com vida na última sexta-feira (09), por meio da operação histórica com uma equipe de resgate integrada por centenas de militares, indígenas e voluntários que comoveu e mobilizou toda a Colômbia. Os irmãos estavam em um avião que caiu sobre a selva, levando a mãe e mais dois adultos à morte.
"Eles ficaram com medo [dos gritos], além dos cachorros. Se escondiam nos troncos das árvores ou corriam", relatou um dos avôs dos pequenos, Fidencio Valência, à rádio colombiana Caracol.
Os próprios agentes militares disseram que, por inúmeras vezes, chegaram a passar a uma pequena distância de 20 metros de onde as crianças se escondiam. Foi só na sexta, quando todas já se encontravam fracas de fome, impossibilitando sua fuga, que o grupo conseguiu resgatá-las.
Durante a busca, os militares chegaram a utilizar megafones reproduzindo uma mensagem gravada pela avó dos irmãos, na qual ela pedia que os menores continuassem onde estavam e não corressem mais. A fala estava sendo reproduzida tanto em espanhol quanto no idioma da etnia uitoto.
Os quatro nativos - identificados como Lesly Jacobombaire Mucutury, de 13 anos; Soleiny Jacobombaire Mucutury, de 9 anos; Tien Noriel Ronoque Mucutury, de 4 anos; e Cristin Neriman Ronoque Mucutury, de apenas 1 ano - estão sendo atendidas por médicos no hospital de Bogotá e não correm risco de vida, de acordo com as informações do governo colombiano.