O caos aéreo na Europa, causado pelas cinzas e fumaça decorrentes da erupção de um vulcão na Islândia e considerado o mais grave desde a interrupção no 11 de Setembro, estão custando mais de US$ 200 milhões ao dia às companhias aéreas, informou nesta sexta-feira a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).
"Nos níveis atuais de distúrbio, a estimativa inicial e conservadora da Iata do impacto financeiro sobre as companhias aéreas chega a receitas perdidas de US$ 200 milhões por dia", disse em comunicado a Iata.
Segundo a Agência Europeia para a Segurança na Navegação Aérea (Eurocontrol), cerca de 1,36 milhão de passageiros serão afetados nesta sexta-feira pelos cancelamentos de voos na Europa.
"Além da perda nas receitas, as companhias aéreas vão sofrer custos extras por redirecionar as aeronaves, atender passageiros e cuidar dos aviões parados em diversos aeroportos."
O bloqueio parcial do tráfico fazia ainda as ações das companhias aéreas caírem nas bolsas europeias, ainda que nenhuma empresa europeia tenha revelado o custo real do cancelamento de 17 mil voos somente nesta sexta-feira.
Os especialistas apontam a dificuldade para estimar esses montantes quando ainda não se sabe o número de viajantes que exigirá o reembolso integral de seu bilhete --uma perda de receita para as companhias--, em vez de adiar o voo.
"Enquanto não tivermos visibilidade sobre a duração dessas perturbações, é difícil dizer qual será o custo para as companhias", afirmou Marina Devitt, da corretora Goodbody, em Dublin.
A ideia é que as companhias recuperarão uma parte dessas receitas perdidas na medida em que a taxa de ocupação dos aviões subirá ao topo quando o tráfego for retomado. Habitualmente, essa taxa é da ordem de 75% e um pouco menor para as companhias de baixo custo.