A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, pela sua sigla em inglês) ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2017. O anúncio da premiação foi feito na manhã desta sexta-feira (6), em Oslo, na Noruega.
A organização foi premiada por seu trabalho para chamar a atenção para as consequências humanitárias catastróficas do uso de armas nucleares e pelos seus esforços inovadores para conseguir uma proibição da utilização dessas armas.
De acordo com o comitê, o prêmio acontece em um momento em que vários países estão modernizando os seus arsenais, como a Coreia do Norte. “As armas nucleares representam uma ameaça constante para a humanidade e para toda a vida na Terra”, afirma.
A líder da Ican, Beatrice Fihn, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano Kim Jong-Un devem saber que armas nucleares são ilegais. Ao responder ao pedido de dar uma mensagem aos dois líderes, ela foi enfática, segundo a Reuters.
"As armas nucleares são ilegais. A ameaça de usar armas nucleares é ilegal. Ter armas nucleares, desenvolver armas nucleares é ilegal. Eles precisam parar", declarou Fihn.
Daniela Varano, porta-voz da Ican, disse à Reuters na sexta-feira que a organização ficou muito feliz por ter ganho o prêmio.
"Estamos entusiasmados, esta é uma ótima notícia. É um grande reconhecimento para o trabalho que fizeram os ativistas ao longo dos anos e especialmente o Hibakusha (como são chamadas as pessoas afetadas pelas bombas atômicas no Japão). Esse testemunho foi crítico, crucial e para um sucesso tão surpreendente", afirmou.
Além da guerra verbal que Trump trava com a Coreia do Norte, Trump ameaça revogar o acordo nuclear com o Irã. Em seu discurso de estreia na assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deste ano, o americano classificou o acordo como vergonhoso.
"O acordo com o Irã é uma das piores transações (...) Francamente, este acordo é uma vergonha para os Estados Unidos". Em 15 de outubro, Trump vai se pronunciar no Congresso americano se ele considera que Teerã respeita seus compromissos, como indicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).