Na Avenida Maranhão, sob a Ponte Nova, que liga os municípios de Teresina (PI) e Timon (MA), um coletivo de ONGs brasileiras que trabalha na proteção da Mata Atlântica prestou uma homenagem simbólica às vítimas da Covid-19 e aos profissionais que atuam na linha de frente da pandemia.
O espaço, que antes era ponto de descarte irregular de materiais poluentes, ganhou um novo significado e novas histórias. Na manhã de domingo (14), 100 mudas de árvores foram plantadas para formar o "Bosque da Memória Rio Parnaíba".
O plantio em grande quantidade de um dos principais símbolos da vida, foi marcado pela presença de familiares de algumas das mais de 2.700 vítimas do coronavírus no Piauí.
Voluntária da ação, Maria do Carmo Pimentel homenageou os pais, Raimundo Nonato Gadêlha Rocha, carinhosamente conhecido como "Abelha", e Maria das Dôres Pimentel Rocha, que, em vida, tinha a vontade de plantar um ipê.
"Plantar uma árvore em memória deles, também de um tio, seria uma forma de fazer o bem ao mundo e ao meio ambiente. Eu acho que plantar um ipê é uma forma de acreditar que as abelhinhas representam meu pai, uma forma dele estar presente a todo momento e nos fortalecer em meio a essa falta, essa saudade que eles causam no dia a dia dos filhos", expressa.
Maria do Carmo avalia que futuramente as flores vão embelezar o meio e ressignificar a dor de uma perda imensurável. Tânia Martins, uma das organizadoras do Bosque e coordenadora da Rede Ambiental do Piauí (Reapi), ressalta que a homenagem foi além de um ato simples de preocupação ambiental e se transformou em uma ação que projeta esperança.
"Foi surpreendente a vontade de muitas famílias de deixar uma planta. Muitos disseram que vão voltar ao local para cuidar das árvores", conta Tânia.
A coordenadora da Reapi afirma que o apoio da população a um projeto que une a tentativa de ressignificar perdas e a recomposição da mata ciliar do Rio Parnaíba, plantou frutos para 2021, ano em que inicia a Década da ONU da Restauração de Ecossistemas.