A embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), a atriz Angelina Jolie, fez um apelo hoje no Paquistão à comunidade internacional a melhorar os mecanismos de emergência para agilizar a entrega de assistência humanitária ao país.
"Como comunidade internacional, nossa preparação é muito pequena.
O povo está esperando para sua sobrevivência. Tem de haver outra maneira de poder se preparar com antecedência, de ter fundos e ferramentas antes que os desastres ocorram", declarou Angelina diante de um grupo de jornalistas estrangeiros.
A atriz americana, que visitou comunidades afetadas pelas inundações durante os últimos dois dias no Paquistão, declarou que "nunca" tinha visto uma catástrofe dessa escala e lamentou a pouca assistência que o país está recebendo até o momento.
"Apesar de toda a cobertura (midiática), não se está conseguindo resposta", ressaltou. Segundo ela, "a quantidade de ajuda por pessoa" é "extremamente baixa".
"Temos de proporcionar assistência a todas essas pessoas. Não podemos esquecer os refugiados afegãos do conflito. Não é só a devastação, é a ideia de (que essas pessoas) foram prejudicadas várias vezes", expôs a estrela de Hollywood.
Vestida com um shalwar kameez - vestido tradicional na Ásia Central - de cor cinza e com o cabelo coberto com uma dupatta negra, Angelina disse estar "comovida" após ouvir as experiências dos atingidos.
A atriz defendeu que o Governo paquistanês crie seu prometido organismo supervisor independente para garantir a transparência na distribuição da ajuda internacional, mas alegou que a falta de confiança com as autoridades não deve ser um motivo para não doar.
"É importante que os Governos sejam o mais transparente possível.
Mas não quero que algumas pessoas se usem desta desculpa (a falta de confiança) para não dar assistência. Eu dei a minha por meio do Acnur e sei para onde vão estes fundos", declarou.
Angelina, quem deixará hoje o Paquistão após ter realizado sua quarta visita ao país desde que se tornou embaixadora da Boa Vontade do Acnur, em 2001, prometeu fazer novas doações para as vítimas no futuro após ter feito uma de US$ 100 mil dias atrás.
As piores inundações da história do Paquistão deixaram desde o fim de julho pelo menos 1.752 mortos e mais de 21 milhões de afetados, segundo dados oficiais.