Pacientes ortopédicos da macrorregião de São Raimundo Nonato, Sul do estado, não precisam mais serem transferidos para capital para realização de cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade. É que o Hospital Regional Senador Cândido Ferraz vem realizando esses atendimentos lá mesmo. A diminuição nas transferências para Teresina chega a mais de 50% desde que começaram os serviços, em 2018, atendendo uma média de 60 pacientes por mês.
A diretora do hospital, Nilvânia Nascimento, explica que estão sendo realizadas cirurgias de fraturas de tíbia e fíbula, punho, metacarpo, clavícula, tornozelo, antebraço, e algumas de úmero e fêmur, pilão tibial e patela, além dos procedimentos de retirada de material de síntese. “Só estamos transferindo casos especiais, como crianças e idosos que necessitam de UTI”.
Nilvânia conta que nas atividades de rotina do pós-operatório, os pacientes necessitam do auxílio dos cuidadores e que a viagem à Teresina gera custos, muitas vezes impossíveis para algumas famílias. “Com os procedimentos sendo realizados em São Raimundo, os familiares podem ficar mais próximos e isso ajuda bastante na recuperação, além de evitar gastos com hospedagem e alimentação dos acompanhantes na capital. Outro ponto importante é a economia da rede pública com a transferência, e a redução da demanda nos grandes hospitais de Teresina, desafogando a rede”, pontua.
Para o presidente da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), deputado Pablo Santos, que gerencia o hospital, são diversos os ganhos positivos com a oferta dos serviços no interior. “Nosso objetivo é descentralizar cada vez mais a Saúde em todo o estado. Geramos economia para a rede hospitalar e promovemos mais comodidade para os pacientes e familiares, além de diminuir a demanda de hospitais como HGV e Infantil”, fala Santos.
O trauma é considerado um problema de saúde pública, sendo a terceira causa de morte na população economicamente ativa no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Já as lesões traumáticas do sistema musculoesquelético representam raramente risco de morte, mas podem determinar perdas funcionais importantes.