Uma das seis sobreviventes da tragédia com o voo da Chapecoense, a boliviana Ximena Suárez lançou um livro contando a sua história na noite desta terça-feira, no mesmo dia e horário na qual o avião da LaMia caiu na Colômbia (era madrugada de 29 de novembro no Brasil). Em “Volver a los cielos”, a ex-comissária de bordo faz um relato do antes e depois da colisão do avião contra o monte Cerro Gordo, rebatizado de Chapecoense, e revelou que seu filho Thiago, de 7 anos, sobreviveu porque não recebeu permissão para viajar.
“Queria fazer um agradecimento ao piloto do avião, o capitão Miguel Quiroga Murakami, que não permitiu levar o meu filho Thiago no voo, já que ele indicou que avião estava cheio e seria melhor em uma próxima viagem. A verdade é que não sei o que eu teria feito se a tivesse perdido. Obrigado, eternamente”, escreveu Ximena ao capitão Quiroga, na parte final do livro.
O livro traz um relato cruel sobre o momento após o impacto e como Ximena lutou com Erwin Tumiri, um dos seis sobreviventes, para não morrer. Ela descreve cenas de um filme de terror, conta seus pesadelos emoldurados em uma colina com corpos mutilados e lembra os fantasmas que a olhavam em seu quarto com os rostos destruídos. A ex-comissária agradeceu a Deus por ter recebido uma nova chance na vida.
Nesta terça, uma missa foi realizada no Monte Cerro El Gordo, em Medellín, que agora leva o nome da Chapecoense. Um altar foi levantado no local onde restou a fuselagem. Duas cruzes de madeira dominavam a vista de dezenas de pessoas que compareceram com a camisa do Nacional. Também nesta terça, uma placa foi inaugurada em homenagem aos mortos na tragédia na Praça Central da cidade.
Já em Chapecó, uma caminhada até a Arena Condá marcou o início das homenagens na cidade catarinense, que continuaram dentro do estádio.