O domínio dos quenianos na prova masculina da 89ª edição da São Silvestre, nesta terça-feira, foi avassalador. Além do bicampeão Edwin Kipsang, o país ainda levou a segunda e a terceira colocações, com Mark Rorir e Stanlei Koech, respectivamente. Os compatriotas montaram um esquema de colaboração mútua antes da corrida: aproveitando-se do idioma comum, traçaram uma estratégia para superar os rivais de outras nacionalidades.
? Fomos correndo e conversando um com o outro no percurso. Dizíamos: ?Você vai, você fica?. É só ir olhando onde estão os outros competidores e traçar estratégias a partir disso ? afirmou Kipsang, em entrevista coletiva após a São Silvestre.
Em alguns momentos da prova, a ?troca de favores? entre os quenianos foi visível, fosse compartilhando garrafas d?água ou conversando entre si. Para Rorir e Koech, ficar posições atrás do compatriota não é uma frustração. Muito pelo contrário: o fato de terem dominado o pódio masculino só prova que a ideia colaborativa é completamente válida.
? Faz uma grande diferença porque podemos falar na nossa língua. Isso dita o ritmo e ajuda a controlar os outros atletas que também estão na prova ? afirmou Koech.
? Estávamos correndo entre amigos. Isso ajuda. Vamos conversando e ajudando um ao outro. Fazemos parte de uma equipe que representa o Quênia ? emendou Rorir.
Entre os homens, Giovani dos Santos foi o único brasileiro a manter-se no pelotão principal durante os 15 km de percurso. Mas o jogo de equipe queniano ficou evidente o tempo todo, com três atletas do país africano se revezando na ponta. O mineiro até se arriscou em um sprint, mas não manteve o ritmo e viu Edwin Kipsang, vencedor da prova em 2012, arrancar na liderança. Com folga na ponta, ele completou o trajeto em 43m48s.
? O Kipsang e o Korir já competem comigo há muito tempo. Eu venho crescendo. Consegui fazer uma boa prova, estando com eles quase o tempo todo. Uma hora vou chegar ? avaliou Giovani.