
O Tribunal Provincial de Madri marcou para a próxima quarta-feira o julgamento de Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid e um dos favoritos para assumir a Seleção Brasileira. O treinador italiano é acusado de fraudar o Tesouro espanhol em mais de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,6 milhões) nos anos de 2014 e 2015. Caso seja condenado, ele pode pegar uma pena de até 4 anos e 9 meses de prisão.
Acusação de fraude fiscal
De acordo com a Promotoria, Ancelotti omitiu em sua declaração de renda valores recebidos pela exploração de seus direitos de imagem, 386.361 euros em 2014 e 675.718 euros em 2015. A acusação aponta que o técnico utilizou um esquema envolvendo empresas sem atividades reais para movimentar os valores e evitar a tributação sobre esses rendimentos.
Esquema com empresa intermediária
As investigações indicam que, ao assinar contrato com o Real Madrid em 2013, Ancelotti cedeu seus direitos de imagem à empresa Vapia Limited por 10 anos, no valor de 25 milhões de euros. No entanto, um dia depois, ele próprio foi nomeado representante da empresa, recebendo plenos poderes para gerir esses direitos.
Posteriormente, um novo acordo reduziu a duração do contrato para três anos e os direitos de imagem passaram a valer apenas 1 milhão de euros. Apesar disso, a Promotoria sustenta que o treinador não declarou esses rendimentos à Receita espanhola.
Futuro na Seleção Brasileira em risco?
Ancelotti, que tem contrato com o Real Madrid até junho de 2026, é visto como um dos principais candidatos a substituir Dorival Júnior na Seleção Brasileira. No entanto, o processo pode impactar sua chegada ao Brasil. Se condenado, o técnico poderá enfrentar restrições legais na Espanha e em outros países da União Europeia, o que pode interferir em sua carreira.