A medalha de ouro de Yeltsin Jacques na prova dos 1500m T11, do atletismo com direito a recorde mundial (3min57s60), é a centésima do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. O marco foi alcançado na noite desta segunda-feira, a 13ª medalha dourada do país na edição de Tóquio. Com seis dias de competições pela frente, a expectativa agora é que a delegação brasileira ultrapasse o recorde de triunfos de Londres 2012, que é de 21.
O Brasil já chegou ao Japão com muita expectativa em relação a essa marca. Com 87 ouros contabilizados até o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, o centésimo não parecia um sonho distante, já que em cada uma das quatro Paralimpíadas imediatamente anteriores foram conquistados mais de 13 ouros: 14 em Atenas 2004, 16 em Pequim 2008, 21 em Londres 2012 e 14 na Rio 2013.
Das cem medalhas douradas brasileiras, portanto, 78 se concentraram nas últimas cinco edições, incluindo as 13 de Tóquio 2020. E essa coleção ainda pode aumentar um bocado até dia 5 de agosto, quando as Paralimpíadas se encerram.
Do primeiro ao centésimo ouro, ambos no atletismo, houve uma enorme evolução no esporte paralímpico do país. O Brasil começou a participar dos Jogos na sua quarta edição, em Heidelberg, em 1972. Mas só estreou no lugar mais alto do pódio em 1984, com a vitória de Marcia Malsar nos 200m rasos C6. E dos cem ouros, 83 se dividem entre duas modalidades: 47 no atletismo e 36 na natação. Foi nas piscinas, inclusive, que se consagrou o atleta que mais fez o hino brasileiro ser tocado, Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico.