O uso de capacete aumenta o número de lesões cerebrais nos boxeadores. Essa é a conclusão de um estudo feito pela Associação Internacional de Boxe (Aiba) e divulgado nesta quinta-feira, em reunião realizada na Coreia do Sul. A proteção na cabeça sempre foi usada no boxe olímpico, mas foi retirada em caráter provisório em 2013 e está totalmente proibida para 2015 e para os Jogos Olímpicos de 2016. O médico chefe da entidade, Dr Charles Butler, explica a decisão:
- Fizemos um estudo com mais de 30 mil lutas. O número de lesões cerebrais sobe quando o atleta está usando capacete. O problema de não usar a proteção são os cortes no rosto, mas isso é solucionado com uma pomada facial e com punições aos atletas que dão cabeçadas. A maioria dos cortes são de golpes com a cabeça, que são terminantemente proibidos - explicou o médico.
Segundo os números apresentados pelo médico, em 0,31% das lutas que os boxeadores usaram capacete, um deles saiu com algum tipo de traumatismo craniano. Quando eles não utilizaram a proteção, o número cai quase pela metade, 0,18%. No Mundial de 2013, disputado sem capacete, nenhum atleta apresentou hematoma grave na cabeça.
Os cortes, porém, cresceram muito nas últimas competições. Foram mais de 50 sangramentos em cada um dos torneios testados sem capacete. O Dr Charles Butler dá a solução para isso:
- Tem um creme invisível que ajuda muito. Fizemos um estudo e, só usando a pomada, os sangramentos caem pela metade. Nos Jogos Asiáticos, mês passado, metade usou e a outra metade não usou o creme. Os que usaram, tiveram um número infinitamente menor de cortes - disse, se referindo a pomada Cavilon, feita a base de Dimeticona, uma espécie de silicone.
Clique aqui e curta o Portal Meio Norte no Facebook