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“Síndrome de Hulk”: entenda o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)

O TEI se manifesta por reações exageradas a situações corriqueiras, como perder as chaves ou ser fechado no trânsito

Transtorno é mais frequente entre os homens e pode surgir ainda na infância ou adolescência | Foto: Reprodução telavita
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Você já ouviu falar na Síndrome de Hulk? O nome popular faz referência ao personagem da Marvel conhecido por se transformar em uma figura incontrolável quando sente raiva extrema. No mundo real, esse comportamento pode estar relacionado ao Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) — uma condição psicológica caracterizada por explosões de raiva intensas, desproporcionais e muitas vezes imprevisíveis.

Segundo o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, o TEI se manifesta por reações exageradas a situações corriqueiras, como perder as chaves ou ser fechado no trânsito. “Essas crises podem envolver gritos, agressões verbais ou físicas, taquicardia, sudorese, pupilas dilatadas e outros sinais de tensão extrema”, explica o especialista.

Os episódios, geralmente curtos — durando cerca de 30 minutos —, nem sempre têm gatilhos evidentes, o que dificulta o reconhecimento e o controle por parte da pessoa afetada. Após a crise, é comum surgirem sentimentos de vergonha, tristeza ou arrependimento.

O transtorno é mais frequente entre os homens e pode surgir ainda na infância ou adolescência, persistindo até a fase adulta. Os impactos são significativos: além dos sintomas físicos e emocionais, o TEI afeta diretamente a qualidade de vida, relacionamentos e o convívio social do indivíduo.

O que causa o Transtorno Explosivo Intermitente?

As origens do TEI ainda não são totalmente compreendidas, mas diversos fatores parecem contribuir para seu desenvolvimento. Entre eles, destacam-se:

  • Predisposição genética
  • Alterações químicas no cérebro, especialmente em níveis de serotonina
  • Histórico de traumas ou exposição à violência na infância
  • Ambientes familiares desestruturados

Principais sinais e sintomas da "Síndrome de Hulk"

  • Explosões repentinas de raiva intensa
  • Agressividade verbal ou física (gritos, ameaças, xingamentos ou violência contra objetos, animais ou pessoas)
  • Sensação de perda de controle sobre as próprias ações
  • Alívio momentâneo durante o surto
  • Culpa ou tristeza após o episódio
  • Sintomas físicos como tremores, tensão muscular, palpitações, suor excessivo e calor no rosto

Tratamento: como controlar os impulsos?

A principal abordagem terapêutica para o TEI é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Segundo Colombini, a TCC ensina o paciente a identificar gatilhos, desenvolver estratégias de enfrentamento e aprimorar o controle emocional. Técnicas como respiração consciente, relaxamento muscular e reestruturação de pensamentos são amplamente utilizadas.

O tratamento pode ser complementado com medicação psiquiátrica, quando necessário, para reduzir a intensidade das explosões de raiva.

Além disso, medidas como banhos gelados, segurar cubos de gelo e a prática de atividades físicas regulares também auxiliam na regulação da frequência cardíaca e do humor.

Outro recurso indicado é o acompanhamento terapêutico (AT), que leva o tratamento para além do consultório, ajudando o paciente a aplicar técnicas no dia a dia, em casa, no trabalho ou em situações sociais.

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