Saiba qual é a origem dos 15 sobrenomes mais comuns do Brasil

Cerca de 15% dos brasileiros compartilham o mesmo sobrenome. Conheça as raízes de outros sobrenomes populares no país

Saiba qual é a origem dos 15 sobrenomes mais comuns do Brasil | Foto: Imagem: Reprodução/Agência Brasil
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No Brasil, a maioria dos sobrenomes tem origem na colonização. Mais de cinco séculos após a chegada dos portugueses, os sobrenomes herdados deles ainda são os mais comuns. 

“A partir do século 19, sobrenomes de outras partes da Europa passaram a chegar ao Brasil. A primeira leva foi de alemães, que se estabeleceram no Rio Grande do Sul por volta de 1824. Nas décadas de 1860 e 1870, Santa Catarina e Espírito Santo também tiveram a inclusão em seus territórios de imigrantes germânicos e italianos”, conta o escritor Claudio Campacci.

Foi nas décadas de 1880 e 1890 que a influência europeia se intensificou. Com o fim da escravidão, milhões de italianos, espanhóis e alemães imigraram para o Brasil, trazendo sobrenomes como Ferrari, Bianchi e Rossi.

Sobrenome mais comum

Conforme a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Silva é o sobrenome mais comum no Brasil, com 15% da população, cerca de 31,8 milhões de pessoas, o possuindo. Mas de onde vem esse nome, compartilhado por tantos? 

  • Muitos indígenas adotaram o sobrenome Silva após serem catequizados, pois ele se referia à "selva".
  • A difusão do sobrenome também foi impulsionada pelos escravos, que, ao chegar ao Brasil, recebiam apenas um nome dado pelos padres durante as viagens nos navios negreiros. Após a abolição, muitos passaram a usar o sobrenome de seus antigos donos, que frequentemente era Silva.
  • No século 20, tornou-se comum que filhos ilegítimos, sem o nome do pai na certidão de nascimento, herdassem o sobrenome Silva.
  • Essas práticas explicam a alta incidência do sobrenome Silva no Brasil, conforme aponta Campacci.

Qual a origem dos sobrenomes mais comuns do Brasil?

15º lugar - Sousa

  • 2.967.570 brasileiros.
  • Origem – portuguesa.

Sousa e Souza são sobrenomes da mesma família de origem portuguesa, sendo Souza a versão mais comum no Brasil, ocupando a quarta posição na lista de sobrenomes mais frequentes. Ambos derivam do latim "saxa", que significa rocha. No passado, esse sobrenome era frequentemente adotado para identificar cristãos-novos, judeus que se converteram ao catolicismo.

14º lugar – Jesus

  • Número de pessoas – 3.034.700 milhões de brasileiros apresentam esse sobrenome.
  • Origem – portuguesa e espanhola.

O sobrenome Jesus, de origem religiosa e associado ao messias cristão Jesus de Nazaré, é amplamente utilizado em Portugal e no Brasil, especialmente a partir da segunda metade do século 20, quando começou a ser adotado como sobrenome. Essa prática se espalhou nas décadas seguintes, resultando em um grande número de famílias que o utilizam, embora sem relação de parentesco entre elas.

13º lugar – Ribeiro

  • 3.047.852 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e espanhola.

O sobrenome Ribeiro é toponímico, ou seja, relacionado à região de nascimento, e deriva do latim, significando "rio pequeno". Dom Ramiro III, rei de Leão, falecido em 984, foi um dos primeiros membros da família Ribeiro em Portugal. No Brasil, esse sobrenome, herdado dos portugueses, foi amplamente adotado por africanos escravizados e indígenas. 

12º lugar – Nascimento

  • 3.333.963 brasileiros.
  • Origem – portuguesa.

O sobrenome Natal tem origem religiosa e foi inicialmente atribuído a pessoas nascidas em 25 de dezembro ou perto dessa data. Com o tempo, passou a ser comum em crianças do sexo feminino e em filhos não primogênitos, ganhando popularidade.

11º lugar – Gomes

  • 3.655.921 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e galega (norte da Espanha).

Registros do sobrenome datam do século 9, com variantes como Gomizi e Gomiz, sendo que em espanhol é comum o uso de Gomez e Güemes. Genealogistas apontam que sua origem provável é uma abreviação do visigodo "Gomoarius", que significaria "Homem de Guerra", referindo-se a um soldado germânico a serviço de Roma no século 4. No Brasil, o sobrenome começou a se popularizar nos séculos 17 e 18.

10º lugar – Costa

  • 3.917.749 brasileiros.
  • Origem – portuguesa, espanhola e italiana.

Historicamente, o sobrenome Costa era utilizado para se referir às famílias que se estabeleciam no litoral da colônia, ao contrário das que migraram para o interior e adotaram o sobrenome Silva. A família Costa mais antiga registrada é a da varonia de Martim Gil Pestana, um escudeiro nobre que viveu em Évora, Portugal, na segunda metade do século 8.

9º lugar – Lima

  • 5.448.035 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e galega (norte da Espanha).

O sobrenome Lima tem origem na Galícia, Espanha. Segundo genealogistas, essa linhagem descende de Dom Juan Fernandez de Lima, "o Bom", filho de Dom Fernão Aires Baticella (ou Batissela) e dona Teresa Bermudes (ou Vermuis). Acredita-se que o sobrenome tenha sido inicialmente adotado por pessoas que viviam na região do rio Lima, que nasce na Espanha e deságua em Portugal.

8º lugar – Alves

  • 5.526.949 brasileiros.
  • Origem – portuguesa.

O sobrenome Alves tem origem patronímica, derivando de Álvaro. Inicialmente, era usado como "filho do senhor Álvaro", e na segunda geração, os netos passaram a adotar diretamente o nome do avô. Sua grafia, antes abreviada como "Alvz" em documentos antigos, foi modernizada para Alves, tornando-se a forma mais conhecida.

7º lugar – Rodrigues

  • 5.607.819 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e espanhola.

Rodrigues é um sobrenome patronímico de origem na Espanha medieval, significando "filho de Rodrigo". Rodrigo foi o último rei visigodo da Espanha no século 8. No Brasil, é um dos sobrenomes mais comuns entre os cristãos-novos (judeus convertidos) estabelecidos no período colonial.

6º lugar – Ferreira

  • 6.097.655 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e espanhola.

Historiadores dizem que este sobrenome vem de Herrera, no reino de Castela, hoje Espanha. Acredita-se que a região era um local de extração de ferro ou ligado a algum ferreiro. Por isso, do sobrenome Ferreira aos nascentes da região. Um dos fundadores da família Ferreira, em Portugal, foi Dom Fernando Álvares Ferreira, que viveu no século 12.

5º lugar – Pereira

  • 6.575.782 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e galega.

Outro sobrenome toponímico, derivado do local onde vivia o ancestral mais antigo da família. Inicialmente, foi bastante utilizado pela nobreza portuguesa, mas acabou se popularizando. Também foi amplamente adotado por cristãos-novos (judeus convertidos) no Brasil colonial.

4º lugar – Souza

  • 9.116.903 brasileiros.
  • Origem – portuguesa.

Sousa e Souza são sobrenomes da mesma família de origem portuguesa, sendo a versão Souza mais comum no Brasil, onde ocupa a quarta posição entre os mais frequentes. Ambos derivam do latim "saxa", que significa rocha. No passado, esse sobrenome foi amplamente adotado pelos cristãos-novos, judeus convertidos ao Catolicismo.

3º lugar – Oliveira

  • 11.471.361 brasileiros.
  • Origem – portuguesa.

Oliveira é um sobrenome português de origem toponímica, derivado do nome da árvore que produz azeitonas, registrada no português arcaico como "olveira". O primeiro a usá-lo foi Pedro de Oliveira, no século 13, e o termo se originou do Paço da Oliveira, em Arcos de Valdevez, norte de Portugal.

2º lugar – Santos

  • 19.983.363 brasileiros.
  • Origem – portuguesa e espanhola.

 Santos é um sobrenome religioso, originado da abreviatura de "Todos os Santos". Era comum para pessoas nascidas em 1º de novembro e, mais tarde, passou a ser adotado como nome de família. Deriva do latim "sanctus", que significa "santo". Uma das primeiras referências é Martinho dos Santos, religioso português falecido em 1571. Alguns autores também sugerem que o sobrenome foi dado a recém-nascidos abandonados sob cuidados de instituições de caridade.

1º lugar – Silva

  • 31.917.284 brasileiros.
  • Origem – romana.

O sobrenome Silva deriva do latim "silva", que significa selva ou floresta. Originalmente, indicava famílias da Roma Antiga, mas caiu em desuso após a queda do Império Romano. Reapareceu nos séculos 11 e 12, ganhando popularidade. 

No Brasil, foi usado no período colonial para indicar famílias do interior, enquanto Costa identificava as do litoral. Sua difusão também foi impulsionada pelos escravizados, que adotaram o sobrenome dos antigos donos após a abolição. No século 20, passou a ser comum entre filhos não reconhecidos pelos pais.

(Com informações da Revista Galileu)

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