O papel higiênco io foi inventado na China em 1391 e vinha em folhas e era produzido exclusivamente para a nobreza. Na Europa, o produto era considerado símbolo de poder por serem tão caras. As outras pessoas tinham que recorrer à neve e à lã de carneiro.
Na Antiguidade, os gregos usavam uma vara com uma esponja na ponta (que depois de embebida em água e sal era usada novamente). Nos tempos de colônia, os brasileiros faziam uso da palha de milho - de preferência as verdes, mais macias. Na falta, o sabugo.
Os menos afortunados se viravam como podiam. Na maioria das vezes, com o que estivesse à mão. Folhas, grama, pedaços de madeira, o já citado sabugo de milho, areia, peles de animais, cascas de frutas, jornal (tal qual a famosa paródia natalina) e até as mãos - costume esse que ainda existe em alguns lugares da Índia. "Por isso os indianos usam a mão direita para comer e cumprimentar as pessoas. A mão esquerda era usada para se limpar", afirma a professora de história da USP Tereza Pereira de Queiroz. Jamais toque um indiano com a mão esquerda.
O papel higiênico só começou a se popularizar em 1857, quando o americano Joseph Gayetty passou a vender pacotes de 500 folhas por 50 centavos de dólar - com marca d'água do criador e perfume de babosa (a dita aloe vera) . Direcionada a pessoas com hemorroidas, a invenção foi um fracasso comercial. Só dez anos mais tarde, os fabricantes descobriram que era possível vendê-lo mais barato e que o perfume era dispensável.
No final do século 19, o papel higiênico passou a ser fabricado em escala industrial, apesar de ainda não ser grande coisa. Até a década de 1950, era possível encontrar pacotes nos Estados Unidos com a inscrição: "Papéis Northern: Os únicos sem lascas!". No Brasil, o famigerado o papel rosa, feito de material inferior, de folha única e áspero como uma lixa, sumiu nos anos 1990 e não deixou saudades.