Mergulhadores do Escritório de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Zurique, Suíça, descobriram vestígios de uma vila datada da Idade do Bronze, a cerca de 3 mil anos atrás. O território, que estava submerso nas profundezas do lago Lucerna, surge para redefinir a história da ocupação humana na cidade, que agora é considerada muito mais velha do que se acreditava.
Segundo comunicado emitido pelos arqueólogos, a aldeia foi encontrada por acidente enquanto eles estavam auxiliando na instalação de um novo gasoduto em Lucerna. O achado, que se concentrava a cerca de quatro metros abaixo da superfície das águas, apontou para a presença de pilhas de madeira, trinta palafitas de sustentação de antigas casas e incontáveis fragmentos de cerâmica, que supostamente foram utilizados em 1000 a.C. ou no final da Idade do Bronze.
"Essas novas descobertas da bacia do lago Lucerna confirmam que as pessoas se estabeleceram aqui há 3 mil anos", disse um porta-voz do departamento de obras. "Com essa evidência, a cidade de Lucerna de repente se torna cerca de 2 mil anos mais velha do que foi provada anteriormente."
As águas de Lucerna
O lago Lucerna, também conhecido como Lago dos Quatro Cantões, é uma elevação histórica do tipo fiorde — entrada entre elevadas montanhas rochosas — que sobreviveu por milênios, servindo como base para a consolidação da cidade de Lucerna, construída há cerca de 800 anos. Porém, muito antes de sua fundação oficial, os primeiros grupos humanos já haviam se distribuído pelo território, conforme as novas investigações.
Ao longo de quase 38 km de extensão que passam pelos quatro cantões originais da Suíça (Uri, Schwyz, Unterwalden e Lucerna), o lago possuía níveis de água muito baixos até o início do século XV, até que eventos naturais como tempestades e a própria ação dos homens — que construíram uma represa para geração de energia — contribuíram não apenas para o desenvolvimento de aldeias medievais nos arredores, mas para a elevação da superfície aquática, motivando a submersão da vila pré-histórica.
Com a descoberta, historiadores classificaram o achado como uma "visão inovadora da história inicial da cidade de Lucerna", capaz de preencher espaços vazios que permaneceram ocultos por décadas.