Segundo uma recente pesquisa geográfica, a costa de Portugal pode dar adeus à sua estabilidade. Análises apontam que a placa tectônica localizada sob a região está "descascando", criando uma nova zona de convergência.
De acordo com o geologista marinho João Duarte, do Instituto Dom Luiz na Universidade de Lisboa, o princípio desse fenômeno está em 1755. Nesse ano, um terremoto de magnitude 8,7 gerou um tsunami em Lisboa, destruindo parte da cidade e matando cerca de cem mil pessoas. Para que se tenha um parâmetro, a intensidade de um terremoto é medido pela Escala Richter que utiliza a base de 0 a 10.
Séculos depois, ocorreu outro evento: em 1969 um tremor de 7,9 abalou o mesmo local. É preciso lembrar, no entanto, que se trata de uma região sob uma placa tectônica inteira — fora da "zona de perigo". Esses eventos, portanto, eram incomuns e atraíram a curiosidade dos especialistas. Duarte apontou essa particularidade da costa portuguesa em um sumário com suas descobertas, apresentado no Encontro Europeu de Geociências que ocorreu em Viena no mês de abril.
O pesquisador João Duarte e sua equipe utilizaram simulações computadas para fazer um estudo do caso. Os resultados demonstraram que a placa tectônica pode estar se partindo ao meio. O motivo disso é o desgaste da seção intermediária que une suas camadas: ela está ficando saturada de água, em um processo conhecido como serpentinização. Isso propricia o enfraquecimento da estrutura, fazendo com que a camada inferior da placa se "descole" da camada superior.
Esse processo permite que uma zona de subducção seja criada — onde as placas colidem, deslizando uma sobre a outra. Apesar de alarmantes, as conclusões são apenas teóricas, assim como seu resultado potencial: o continente europeu poderia estar se aproximando da América do Norte, relatou a National Geographic, o que causaria a redução do Oceano Atlântico.
(Reprodução/Jornais Virtuais)
De acordo com o Live Science, Duarte e sua equipe foram os primeiros a levantar tal hipótese. É válido ressaltar que essas informações ainda não possuem comprovação e, por isso, novas observações do caso ainda serão feitas para confirmar ou não as conclusões da pesquisa.