Nos últimos meses, algumas mulheres japonesas têm visto seus parceiros cortejando jovens moças, levando-as para todo lado, fazendo planos com elas e até as levando para a cama. Mas são namoradas virtuais, beldades do videogame Love Plus, do Nintendo DS (um videogame portátil que toda criança brasileira de classe média tem. E se não tem, quer ter). Vocês lembram dos tamagoshis? Pois é, elas são mais ou menos isso - só que não morrem. Infelizmente para as japonesas, que têm feito verdadeira propaganda on line contra o brinquedinho que as colocou em segundo plano na vida de seus homens.
O primeiro desafio do jogo é a paquera: é preciso conquistar uma das três estudantes que o jogo apresenta: a charmosa Nene, a atlética Manaka ou a sensível Rinko. O jogador pode cortejá-la na sala de aula ou depois dela Uma vez que uma caiu de amores por ele, passa-se para a próxima fase: falam no telefone (pelo microfone do DS), trocam emails e fazem planos de novos encontros. É possível acariciar a moça, que é sensível ao toque na tela, e até falar com ela. Quanto mais atencioso o namorado, mais pontos, como em qualquer jogo. Então o jeito é levar a namorada virtual pra todo lado.
O site Boing Boing fez uma entrevista com um casal de japoneses em que o homem está jogando o Love Plus. Ele leva a namorada - ou seja, o DS - até para o banheiro. A mulher dele diz que não gostaria que o marido desse mais atenção ao jogo do que a ela e que considera a ideia de seu parceiro ter uma namorada virtual ?um pouco tosca?.
Nos debates das mulheres japonesas, há o questionamento: isso é traição? Eu acho que não. É menos ainda do que em situações como a do Second Life, em que, por trás dos avatares, há gente de verdade. Nene, Manaka e Rinko são totalmente virtuais e, pela foto dá pra ver, são umas menininhas?
O Love Plus tem sido o maior sucesso de vendas da Nintendo no Japão. Nos três dias após o lançamento, vendeu cerca de 50 mil jogos.
Agora, é bem estranho um homem adulto se viciar nisso, não?