A enfermeira gaúcha Amanda Ramalho é uma das dezenas de prossionais da área da saúde que atuam na linha de frente da Covid-19. Ela atua em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pelotas, no Sul do Estado, fazendo o processo de triagem dos casos suspeitos de coronavírus no município.
Os traços fortes e as marcas deixadas pelos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) zeram seu rosto estampar a capa do New York Times, um dos principais jornais do mundo, na última segunda-feira (11).
Em um mosaico com nove imagens de prossionais de diferentes partes do mundo, Amanda gura no centro da montagem.
Todas as segundas-feiras, o NTY publica a série In Harm's Way, onde traz fotos e depoimentos de técnicos, enfermeiros, médicos e prossionais que atuam no combate ao novo coronavírus.
"Eu estou com medo! Eu nunca pensei que estaria vivendo nessa situação bélica. Ainda assim, co feliz em ajudar e tenho muito cuidado para não ser contaminado. O hospital fornece-nos o EPI, mas eu compro mais com meu próprio dinheiro, como alguns óculos que eram mais confortáveis do que os padrão fornecidos", disse Amanda em seu depoimento ao NYT, lembrando que foi em 12 de março que testou seu primeiro paciente para Covid-19.
"Não abracei ninguém desde então. Fui ver minha família uma vez, mas não saí do carro. Eu moro sozinha. Sinto muita falta da minha família e amigos", completou.
Antes da sair na capa do jornal norte-americano, Amanda já havia participado de uma campanha internacional de uma marca de cosméticos. Foi a partir deste vídeo, que o New York Times chegou até ela.
Segundo último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Rio Grande do Sul tem 105 mortes por coronavírus e 2.808 casos conrmados. Pelotas, cidade de Amanda, tem 28 pacientes com Covid-19 e nenhuma morte até o início da tarde desta terça-feira, dia da Enfermagem.