O Museu D'Orsay', em Paris, um prestigiado espaço às margens do rio Sena vai retomar, neste mês de outubro, uma campanha feita em 2015 para atrair famílias aos seus corredores cm cartazes como: “Tragam seus filhos para ver gente nua”.
A campanha foi criada pela agência Madame Bovary, sob a coordenação da diretora de comunicação do Museu d’Orsay e de L'Orangerie, Amélie Hardivillier: “A campanha foi muito bem recebida pelo público, apreciada e reproduzida. Não houve nenhuma polêmica em relação a ela”, disse ela à "Radio France Press".
O objetivo da campanha é compreender melhor as reações das crianças diante de obras de arte e brincar com a ideia de que são as crianças que levam os pais aos museus.
O Louvre tomou decisão diferente. O diretor do museu, Jean-Luc Martinez, vetou a exposição da escultura "Domestikator" no Jardim das Tulherias por considerar que ela poderia "ser mal compreendida pelos visitantes".
Hardivillier destaca que nenhuma obra do museu tem restrição de idade, nem mesmo 'A origem do mundo", de Gustave Courbet: “Há a relação com a nudez que leva ao debate, sobretudo sobre essa obra, que é tão sensível. Mas essa também é a função da arte: incomodar, questionar”, diz.
Serão no total nove cartazes exibidos em pontos de ônibus e no metrô de Paris com obras do museu ao lado de frases bem-humoradas. A campanha original fez sucesso nas redes sociais, com especial destaque para a peça que trazia a tela “Femme Nue Couchée” (Mulher Nua Deitada), feita em 1907 por Auguste Renoir, ao lado da frase do título desta matéria.
Já no Brasil. a representação e participação de crianças em exposições de arte com nudez ou teor sexual causaram violentas reações e polêmicas nas últimas semanas. Após anunciar que pretendia trazer a exposição "Queermuseu", censurada em Porto Alegre, ao Rio, o MAR desistiu a pedido do prefeito Marcelo Crivella. Em São Paulo, uma performance com um artista nu também gerou críticas e está sendo investigada pelo MP.