No livro Ragtime, lançado em 1975, há uma cena em que o banqueiro podre de rico John Morgan diz ao fabricante de automóveis (mais rico ainda) Henry Ford: “Já lhe ocorreu que sua linha de montagem não é meramente um golpe de gênio industrial, mas uma projeção de verdade orgânica? Todos os mamíferos se reproduzem da mesma maneira e compartilham os mesmos projetos de auto-alimentação, com sistemas digestivos e circulatórios que são reconhecidamente os mesmos.”
Bem, mais ou menos. Quando um biólogo famoso, Stephen Jay Gould, leu e comentou esse trecho do clássico de E.L. Doctorow, ele disse o seguinte: de fato, os corpos dos mamíferos compartilham todos a mesma ideia básica. Mas conforme eles mudam de tamanho, todos os órgãos precisam se adaptar às novas dimensões.
Ele disse todos. Inclusive aquele que fica pendurado entre as pernas. Ou, no caso das baleias, que não fica pendurado. Foi com isso em mente que, em 1997, o professor islandês Sigurður Hjartarson fundou o Museu Falológico Islandês: uma instituição que preserva (e expõe!) os pênis de 56 baleias, 36 focas e leões-marinhos e 115 mamíferos terrestres. Antes que você pergunte: sim, você pode fazer uma visita. Basta ir a Reykjavik, a capital do país-ilha de 348 mil habitantes.