Ötzi, o Homem de Gelo, foi descoberto há quase 30 anos, com o corpo mumificado, nos Alpes orientais italianos. Ele é importantíssimo para a ciência, não só por ter vivido há mais de 5.300 anos, o que o torna uma das múmias mais antigas já descobertas, mas também por seu excelente estado de conservação, que viabiliza uma série de estudos: os cientistas já analisaram desde as bactérias que habitaram o corpo de Otzi, até o que ele costumava vestir.
A mais recente pesquisa liderada por Frank Maixner, do Instituto Eurac de Estudos de Múmia, desvendou qual foi a última refeição do Homem de Gelo: carnes selvagens de íbex (caprino que habita os Alpes) e de veado, trigo selvagem e vestígios de um tipo de samambaia.
Era a melhor última refeição que alguém poderia ter naquela época, muito variada e saudável. Por isso, os pesquisadores começaram a trabalhar com a hipótese de que Otzi sabia bem o que estava fazendo. Uma das teorias é de que ele estava se preparando para uma viagem pelas montanhas e comeu um banquete para aguentar o tranco da jornada.
Os pesquisadores não acreditam que Ötzi se alimentava sempre assim, mas acham que ele devia ter uma dieta bem equilibrada, incluindo gordura, cereais e frutas. Também apresentava algum conhecimento rudimentar de medicina, pois o tipo de samambaia que ele consumiu serviria para acalmar dores de estômago.
Ötzi não chegou a realizar a viagem que planejava. Foi assassinado com uma flechada nas costas pouco tempo depois do banquete, aos 45 anos de idade