A internet do mundo inteiro está sob ameaça depois que uma tempestade solar movimentou a superfície do Sol na última quinta-feira (26/08), o que lançou uma massa de partículas em direção à Terra. Como o astro está a aproximadamente 150 milhões de km da Terra, a onda de energia chegará ao planeta na segunda-feira (06/09), podendo causar uma tempestade geomagnética de classe G1. A chance disso acontecer varia entre 1,6% e 12%, mas, caso ocorra, os efeitos serão catastróficos para as redes de internet.
Segundo cientistas, uma tempestade solar extrema — ou ejeção de massa coronal (erupção de gás ionizado a alta temperatura proveniente da coroa solar) — poderia danificar as redes elétricas da Terra e potencialmente causar apagões de energia prolongados. O impacto dessa emissão solar poderia ser fatal à infraestrutura da Internet, especialmente para os cabos submarinos intercontinentais.
Estudo indica despreparo para lidar com efeitos da tempestade solar
Sangeetha Abdu Jyothi, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), apresentou na última quinta-feira (26), durante a conferência SIGCOMM 2021, um exame dos danos que uma nuvem de partículas solares magnetizadas em movimento rápido poderia causar à internet. Com uma tempestade solar severa, mesmo que a energia retorne em horas ou dias, as interrupções em massa da internet persistiriam.
A cientista declarou, em entrevista ao site da revista Wired, que a infraestrutura local e regional da internet correria baixo risco de danos, já que a fibra óptica não é afetada por correntes induzidas geomagneticamente e os cabos são aterrados regularmente. O problema são os longos cabos submarinos que conectam continentes: uma tempestade solar que interrompesse vários desses cabos poderia causar uma perda massiva de conectividade.
Segundo a pesquisadora, a tempestade poderia “cortar os países na fonte”, mesmo que deixasse a infraestrutura local intacta. Ela lembrou que, com a pandemia, vimos como o mundo estava despreparado, sem protocolo para lidar com um problema global de forma eficaz. “E é o mesmo com a resiliência da Internet”, disse. E completou: “Nossa infraestrutura não está preparada para um evento solar em grande escala. Temos um entendimento muito limitado de qual seria a extensão do dano”.
Com informações do GQ e Tecmundo