Um grupo de arqueólogos encontrou vestígios de rituais fúnebres macabros no município de Matosinhos, em Minas Gerais.
As descobertas são de ossadas de 9,5 mil anos encontradas na caverna de Lapa do Santo. Esses sinais mostram que os povos que ocupavam realizavam complexos rituais que envolviam a mutilação, remoção de dentes e músculos e, possivelmente, até o canibalismo de seus mortos.
De acordo com os arqueólogos, entre 10 mil e 10,6 mil anos atrás, a caverna de Lapa dos Santos era usada para o sepultamento de mortos. No entanto, entre 9,4 mil e 9,6 mil anos atrás, os cadáveres começaram a ser manipulados e as cerimônias se tornaram mais intrincadas.
Os cientistas analisaram 26 ossadas e descobriram evidências de que os corpos tiveram os dentes removidos e foram mutilados, trinchados, colocados no fogo e, aparentemente, devorados.
Os pesquisadores descobriram, por exemplo, uma cabeça enterrada com um par de mãos amputadas, assim como um corpo que teve todos os dentes propositalmente arrancados. Além disso, eles também encontraram um crânio que foi utilizado como recipiente funerário — já que ossos quebrados e queimados desse mesmo indivíduo foram encontrados em seu interior.
Os arqueólogos ficaram extremamente surpresos com as descobertas, já que, segundo se acreditava, as antigas comunidades de caçadores e coletores que ocupavam a América do Sul eram consideradas como extremamente simples e homogêneas. Entretanto, a análise das ossadas revelou o contrário, ou seja, que esses povos eram surpreendentemente complexos e diversificados.