O homem está cada vez com a cabeça mais longe, pensando em explorar planetas, o Universo, o lado oculto da Lua e por aí vai, sendo que nem mesmo dentro da própria cabeça a viagem está finalizada. Um cientista australiano anunciou no final de 2018 a descoberta de uma nova área oculta até então, a qual ele chamou de núcleo endorestiforme.
George Paxinos, renomado cartógrafo cerebral da Universidade de Nova Gales do Sul e do Neurocience Research Australia (NeuRA), vem trabalhando essa descoberta há quase 30 anos. Eu sua busca pelo mapeamento das áreas do cérebro, ele encontrou um amontoado de células na base do corpo restiforme – daí o nome que ele lhe deu –, cuja existência não era descrita nos livros de anatomia. Ele não conseguia, entretanto, provar sua descoberta.
Com novas técnicas de análise por imagem, o especialista pode notar que as tais células formavam uma estrutura distinta, diferente das “paredes” nervosas que a cercam, De acordo com Paxinos, essas seriam as células estariam ligadas à realização de movimentos motores finos, como para se equilibrar quanto para mexer as mãos e os dedos – uma característica da própria região na qual o núcleo endorestiforme foi descoberto. Confira no vídeo abaixo a localização da estrutura:
E são justamente as pesquisas envolvendo habilidades motoras que mais podem se beneficiar dessa descoberta. Doenças como o mal de Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica afetam essas habilidades, portanto essa descoberta pode, no futuro, trazer milhões de respostas que ainda não encontramos.
Outra curiosidade é que essa região não é encontrada em espécies de macacos ou outros animais, podendo, segundo Paxinos, “ser o que torna os seres humanos únicos, além do tamanho do nosso cérebro maior”. Em entrevista ao site Science Alert, o cientista ainda brinca: “Eu não posso imaginar um chimpanzé tocando violão tão habilmente quanto a gente, mesmo que ele de alguma maneira gostasse de produzir músicas”.