Para os amantes de um bom vinho, a lista das maravilhas do mundo está incompleta sem a adega Milestii Mici. Apesar de serem mais famosas e receberem um maior número de visitantes, as caves subterrâneas Champagne, Borgonha e Bordeaux, na França, tem no máximo 20 quilômetros e não entram para a lista das maiores do mundo. Na verdade, as maiores adegas ficam localizadas em um pequeno país da Europa chamado Moldávia.
Um dos países mais pobres da Europa abriga as maiores adegas subterrâneas do mundo
A Moldávia ficou independente da União Soviética em 1991. No passado o país também era conhecido como Moldova, Dacia ou Bessarabia – e sua história de quase 5.000 anos sempre foi ligada ao vinho.
Atualmente com cerca de 4,5 milhões de habitantes, 25% do PIB do país é baseado no vinho- é considerado um dos 10 melhores produtores de vinho do mundo segundo especialistas. Anualmente os moldavos produzem cerca de 125.000 toneladas de vinho, enquanto o país contém cerca de 150.000 hectares de vinhas.
Com tanta produção, adegas simples não suportariam armazenar todos estes vinhos finos. Por conta desta necessidade, lá são localizadas as maiores adegas do mundo.
Milestii Mici
Desde 1969, uma antiga mina de calcário próxima à cidade Milestii Mici foi transformada na maior adega do mundo. O registro é oficial, reconhecido por Guiness World Records.
Estas galerias subterrâneas podem atingir até 100 metros de profundidade. Embora algumas informações sejam conflitantes, consta no registro que são cerca de 200 quilômetros de galerias, mas o acesso tem sido feito “apenas” aos primeiros 55 quilômetros. Não é à toa que os cidadãos locais se referem à adega como A cidade subterrânea do vinho.
O local contém cerca de 2 milhões de garrafas e 65 milhões de litros de vinho em barris! Cerca de 70% dos vinhos são tintos, 20% brancos e 10% vinhos de sobremesa. É realmente o paraíso para os apreciadores da bebida.
A antiga mina acabou sendo maravilhosa para manter os vinhos- independente dos verões quentes ou dos invernos frios, dentro de Milestii Mici sempre permanece entre 12 e 14 graus celsius, fazendo com que a qualidade seja mantida. Mas não é a única adega subterrânea famosa do país…
Minas de Cricova
Cerca de 15 quilômetros ao norte de Chisinau, capital do país, estão as ditas “minas de Cricova”, com mais de 100 quilômetros de comprimento, e é mais um paraíso para os amantes de vinho!
Até a II Guerra Mundial, essas minas não tinham como finalidade guardar vinhos. Eram fonte de cal. Também foram utilizadas como esconderijo de combatentes ou para estocagem de armamento. Somente em meados da década de 1950 o local começou a ser utilizado para armazenar a bebida.
Uma curiosidade importante é que metade da adega pessoal de Hermann Göring, o segundo homem mais importante da Alemanha de Hitler, foi transferida para lá (a outra metade ficou na Crimeia).
Durante o regime soviético, os túneis de Cricova ficaram fechados para o público e apenas delegações de políticos e celebridades podiam acessá-la. Registros mostram que os presidentes da China (Zian ZeMin), da França (Jacques Chirac), da Polonia (Alexander Kwasniewski) e da Russia (Vladimir Putin, que comemorou seus 50 anos lá dentro em 2007), além de Leonid Brejnev. Yuri Gagarin e Mijail Gorbachov costumavam ir lá para provar os vinhos.
Hoje, 1,3 milhão de garrafas de mais de 600 marcas de vinhos e licores estão descansando nos inúmeros corredores, que chegam a ter 7,5 metros de largura e 3,5 de altura, com profundidades que variam de 35 a 80 metros.
A adega é tão grande que possui ruas (batizadas pelo tipo de cada vinho naquele ponto), veículos, um mini trem, cinco luxuosas salas de degustação em corredores com até 75 metros de largura.
Mas mesmo com atrações turísticas e uma produção tão impecável de vinhos e espumantes de qualidade extrema, a Moldávia continua sendo o país menos visitado da Europa. Em 2016, apenas 121 mil pessoas escolheram a Moldávia como destino de viagem. O que equivale a menos de dois por cento dos sete milhões registados pela Bélgica, país de dimensão semelhante.