Um estudo recente publicado neste mês na revista Journal of Arachnology revelou que diversos tipos de aranhas venenosas atacam cobras também venenosas, mas com tamanhos infinitamente maiores, e não só conseguem derrotá-las, como devorá-las em seguida.
A predação de cobras foi comprovada pelos pesquisadores, que registraram 319 casos de aranhas matando e se alimentando de cobras, sendo 297 deles diretamente na natureza, e os 22 restantes em cativeiro. A investigação foi feita através de uma revisão bibliográfica. Um terço dos exemplos veio de publicações científicas e os demais, de sites de notícias ou mídias sociais.
Ao todo, a apuração mostrou que cobras de sete famílias foram capturadas e devoradas por 40 tipos de aranhas de 11 famílias diferentes. Cerca de 51% dos casos foram documentados nos EUA e 29% na Austrália. As cobras que foram caçadas pelas aranhas são em sua maioria de pequeno porte, com comprimento corporal médio de 27 cm.
Aranhas assassinas
As maiores assassinas de cobras foram as viúvas-negras, marcadas por um ponto em forma de ampulheta vermelha na barriga. Esses pequenos insetos têm em média apenas 1,1 cm de tamanho e costumam caçar cobras pequenas e jovens, embora o seu veneno seja capaz de matar animais bem maiores que elas.
Cerca de 10% das mortes de cobras foram causados pelas tarântulas, chamadas no Brasil de caranguejeiras. São aranhas maiores, entre 15 a 25 cm, que não constroem teias, mas caçam suas presas diretamente no solo ou em árvores.
Outros 8,5% das predações foram realizadas por aranhas orbeiras grandes, do tipo que também captura morcegos. Essas aranhas tecem teias circulares avantajadas e fortes, onde, após matar as cobras, sugam suas entranhas como fariam com um inseto.