Desde que a possibilidade de o asteroide Bennu colidir com a Terra surgiu, a Nasa decidiu monitorá-lo mais de perto. Apelidado de "asteroide do apocalipse" por sua probabilidade de colidir com a Terra, o corpo celeste é observado de perto há cerca de um ano e meio pela sonda OSIRIS-REx, que entrou em sua órbita e detectou que ele está espalhando pequenos pedaços de rocha pelo espaço.
A NASA revelou nesta quarta-feira (9) ter feito uma importante descoberta sobre o asteroide Bennu, relatada pela equipe científica da missão OSIRIS-REx. Segundo os pesquisadores, o corpo celeste regularmente se desfaz de materiais, jogando partículas, pedras e outros pedaços de si mesmo.
O comportamento, observado pela primeira vez desde que a sonda foi lançada em 2016, deu aos cientistas uma visão sem precedentes de uma rocha espacial enquanto se move pelo espaço. A novidade foi descrita em uma série de artigos publicados no Journal of Geophysical Research: Planets.
Essas partículas fugitivas do 'asteroide do apocalipse' (a animação abaixo mostra algumas delas acontecendo) foram descobertas quase sem querer pelo astrônomo chefe da missão Carl Hergenrorther. Observando as imagens das constelações feitas pela espaçonave, ele percebeu a presença do que pareciam ser centenas de estrelas extras. Intrigado, ele fez uma inspeção mais detalhada com o auxílio da tecnologia e desvendou o mistério: não eram estrelas, mas pedaços do asteróide se soltando.
De fato, a agência espacial americana observou e rastreou mais de 300 eventos de ejeção de materiais do corpo celeste como este mais recente, desde a chegada do OSIRIS-REx ao “asteróide no fim do mundo”. No entanto, os cientistas não sabiam do que se tratava, apenas descobriram agora.
Partículas minúsculas impediram a descoberta
A razão pela qual a NASA ainda não havia notado essa desintegração de Bennu é o tamanho minúsculo da maioria dos fragmentos que escapam dela, tornando difícil a observação da Terra. Enquanto algumas partículas escapam para o espaço, outras orbitam a rocha e a maioria cai de volta para ela.
“Para se ter uma ideia, todas as 200 partículas que observamos durante o primeiro evento após a chegada não caberiam em uma placa de 10 x 10 cm”, comparou Hergenrorther.
Ele acredita que impactos de meteoróides e rachaduras por estresse térmico durante sua rotação (o asteróide aquece durante o dia e esfria à noite) são as principais causas do fenômeno.