1) Piemonte (Itália)
Essa zona do noroeste da Itália tem motivos para merecer a distinção de melhor região para 2019 no 'ranking' 'Best in Travel' de Lonely Planet: é uma zona que atrai especialmente os amantes da arte contemporânea e a gastronomia. Piemonte convida a magníficas rotas pelos Alpes entre bucólicas aldeias. Aos atrativos culturais de sempre de Turim se somam novos centros de arte em velhas zonas industriais recuperadas, como o OGR e o Museu Ettore Fico. A região é famosa pela gastronomia: berço do movimento ‘Slow Food’, aqui produzem-se alguns dos vinhos tintos mais reconhecidos (e caros) do país, bem como a famosa trufa de Alva. Para conhecer a fundo a zona existem duas propostas imprescindíveis: uma rota pelos vinhedos de Langhe e um percurso para os lagos ao pé dos Alpes, que dão nome à região.
2) Montanhas de Catskills (EUA)
Em agosto de 2019 se celebrarão, no coração das Montanhas Catskills, os 50 anos da primeira edição de Woodstock (na foto, a pradera onde aconteceu o festival), mítico festival de música que definiu a toda uma geração. Os ‘hippies’ de então hoje já são avós, mas seu espírito segue vivo nesta região ao norte do Estado de Nova York. As Catskills parecem um mundo a milhares de quilômetros de Manhattan, embora estejam a poucas horas de estrada. Em cidadezinhas como Woodstock ou Saugerties se desfruta de uma vida tranquila, cafés 'vintage' e restaurantes ecológicos onde não é difícil se encontrar com artistas ou escritores. Mas o melhor da região é a natureza: desde seus mirantes contemplam-se paisagens encantadoras com cachoeiras e rios para remar, jardins de esculturas ocultos nos bosques e antigos recantos e edifícios com ares dos anos 1950. Imprescindível: ir a um show ao ar livre e descobrir o histórico festival no Bethel Woods Center for the Arts.
3) Norte do Peru
Uma região injustamente ignorada, apesar de ser o berço de algumas das culturas mais antigas do continente e de conservar alguns das paisagens mais selvagens do mundo. O norte de Peru está em auge, com novas infraestruturas como o teleférico a Kuélap, que permite o acesso a esta monumental cidadela pré-inca. Território imenso que vai desde a costa até os bosquess de Chachapoyas, e desde as aldeias andinas até o Amazonas, oferece atrativos tão diversos como o parque nacional de Huascarán, com 600 glaciais e quase 300 lagos, ou as ruínas de Chan Chan, uma das maiores cidades de adobe do mundo, e a maior da América pré-colombiana. Inclusive existe um grande circuito de surf pelas cidades costeiros, como Huanchaco (na foto) ou Máncora.
4) Centro Vermelho (Austrália)
Centro Vermelho é o nome não oficial do Território do Norte australiano, uma região desértica e avermelhada que é todo um desafio para a aventura. Em 2019, o Uluru (na foto), local sagrado para os aborígenes, ficará fechado aos viajantes, 150 anos depois de que os primeiros exploradores europeus decidissem chegar ao alto da rocha. Esse patrimônio mundial conserva importantes valores naturais e culturais e, embora não possa ser escalado, é preciso vê-lo, contemplá-lo e fotografá-lo. Além disso, em Ayers Rock também podem ser realizados ciclos de astronomia e cursos de cozinha autóctone, entre outras atividades, ou participar de excursões tão intrépidas como o novo Larapinta Trail (223 quilômetros de percurso). Alice Springs conta com galerias de arte e cafés, e o parque nacional de Watarrka (Kings Canyon) apaixona com suas avermelhadas falésias. E uma última curiosidade: descobrir Telegraph Station e a história dos colonizadores europeus e os cameleiros afegãos que exploraram este território.
5) Highlands e ilhas (Escócia)
O whisky escocês tem mais de mil anos de história, mas continua na moda: se prevê que antes de 2020 mais de 20 fábricas da bebida serão abertas na Escócia. A isso se somam novos alojamentos que convidam a visitar zonas remotas, por exemplo em West Harris, nas ilhas Hébridas Exteriores, onde se reconverteu em alojamento uma antiga torre de defesa. No arquipélago também há interessantes praias, rotas para trilheiros e ciclistas, como a recém inaugurada Hebridean Way, e os monolitos pré-históricos de Callanish (na imagem), em Lewis. Os que prefiram as rotas em carro podem eleger entre a popular North Coast 500 e a North East 250, estrada circular que desenha um anel por todo o nordeste escocês desde os montes Cairngorm e o Royal Deeside, passando por falésias marinhas, praias e aldeias pesqueiras como Aberdeenshire e Moray.
6) Este da Rússia
A zona mais remota da Rússia vive uma grande transformação. Sua principal cidade, Vladivostok já não é só uma capital regional senão também um enclave cultural e gastronômico. Aqui inauguraram-se importantes espaços dedicados à arte, como as sedes locais do Hermitage ou o Teatro Mariinsky, bem como grandes espaços culturais como o centro artístico de Fabrika Zarya. O extremo este do país não é um destino habitual, inclusive resulta uma região estranha e exótica para os próprios russos. Na península de Kamchatka há vulcões, géiseres, mananciais termais e campos de lave solida (na foto, fumarolas no vulcão Mutnovsky). Pode ser realizado uma excursão em helicóptero que inclua a visita do vulcão Tolbacnik, cujas rochas seguem quentes depois da erupção do 2013. A região conta com duas reservas naturais onde ver ao tigre de Amur, espécie em perigo de extinção, e atrações como os restos de uma rede de gulags em Magadan ou, no norte remoto, Yakutsk, uma cidade sobre o permafrost dedicada à mineração de diamantes.
7) Gujarat (Índia)
No dia 2 de outubro de 2019 se celebrará em Gujarat 150º aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi. Haverá grandiosas festas e a possibilidade de descobrir, em meio a tanta celebração, recantos remotos e interessantes reservas de fauna. Ótima oportunidade também para visitar Ahmedabad, onde começou o movimento que culminaria com a independência da Índia. O humilde povoado Sabarmati Ashram, onde viveu Gandhi, será o foco das celebrações do aniversário, que também chegarão até a cidade natal de Gandhi, Porbandar, e a sua casa familiar em Rajkot. Em Gujarat vale visitar as mesquitas medievais e os mausoléus do sultanato em Ahmedabad; visitar o parque nacional de Gir, morada de alguns dos últimos leões selvagens da Ásia; o Little Rann de Kutch (na foto), região desértica onde vivem asnos selvagens, ou descobrir suas culturas tribais
8) Manitoba (Canadá)
A cada vez há mais conexões aéreas e pacotes turísticos para descobrir a natureza da remota Manitoba. Afastada de tudo, ou de quase tudo, a região canadense convida a desfrutar de vários pequenos lagos (mais de 100.000) onde pescar no gelo, avistar ursos polares nas redondezas de Churchill (desde a segurança de um veículo especial de safáris fotográficos, na imagem), ou percorrer a baía de Hudson em kayak, junto a baleias brancas que nadam nela a cada verão: quase 60.000 baleias migram anualmente a estas águas. A capital, Winnipeg, conserva seu ar multicultural, com uma população procedente de países dos mais diverso: desde Filipinas até Nigéria ou Índia.
9) Normandia (França)
Em 2019, a costa de Normandia celebrará com eventos e festas o 75º aniversário do Dia D, data da invasão de Normandia durante a Segunda Guerra Mundial. Rouen prepara-se para a chegada de grandes veleiros de todo mundo, que navegarão pelo Sena na 30ª Armada de Rouen, regata que se celebra a cada quatro ou seis anos. Um bom momento para percorrer o norte da França, degustando extraordinários peixes, mariscos e queijos. A rota das melhores marisqueiras segue um trecho de costa através de vários povos e aldeias costeiras, por estradas secundárias. As solenes praias do Dia D e seus cemitérios são um dos atrativos da viagem, aos que se somam a catedral de Rouen (na foto), imortalizada por Claude Monet; a bela Honfleur; a interessante Caem, com seu famoso tapete de Bayeux, e o fotogênico Monte Saint-Michel.
10) Valle de Elqui (Chile)
Ao sul do deserto de Atacama, esta região converteu-se em um importante destino de turismo astronômico. Em 2019 poderá ser contemplado aqui, no dia 2 de julho, um eclipse total do sol. Com 320 dias de sol ao ano, o Valle de Elqui é uma das regiões mais belas do norte chileno, e pode ser explorado em rotas a cavalo. Durante muito tempo passou desapercebida devido ao êxito turístico do Atacama (ao norte) e dos os fiordes e glaciais da Patagônia e a Terra do Fogo (no sul). Mas Elqui tem cada vez mais adeptos, graças à sua fama de destino místico. Além disso, o vale é o berço do pisco chileno e existem passeios de degustação em diversas destilarias artesanais.