O aquecimento global pode trazer mais um problema, desta vez para os amantes de frutos do mar: com temperaturas mais elevadas nos oceanos, a concentração de toxinas nos mariscos pode ser maior, causando risco de consumo. Essa é a conclusão de pesquisadores que analisaram a água marinha na costa de Oregon, nos EUA, durante 20 anos.
Foi descoberto que nos 5 anos mais quentes dessa análise, as algas marinhas produziram um excesso de ácido domoico, que se acumula em mariscos, sardinhas e anchovas. Esse ácido é uma neurotoxina que provoca envenenamento amnésico, podendo causar desde perda de memória até danos cerebrais mais graves e permanentes, inclusive a morte.
Essa toxina só foi identificada como prejudicial à saúde em 1987, com diversas agências ambientais monitorando a sua concentração em alguns mares do planeta desde então. No ano passado, a costa do Maine, outro estado norte-americano, foi fechada para a produção de mariscos enquanto os níveis desse ácido estivessem altos.
Além dos seres humanos, outros animais marinhos também podem se prejudicar com o acúmulo do ácido domoico nos mariscos. Para piorar, os cientistas ainda não sabem como controlar essa toxina, já que cozinhar ou congelar os mariscos em nada afeta na concentração desse ácido.