O projeto de estímulo de US$ 1,9 trilhão apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi aprovado em um Senado profundamente dividido neste sábado (6). Após longa negociação e uma maratona de votações e liberações de emendas de última hora, todos os senadores democratas votaram a favor do trilionário plano de assistência contra a pobreza; os republicanos foram unânimes na oposição.
O pacote, que ainda deve ser aprovado pela Câmara (de maioria democrata) antes de seguir para a sanção de Biden, é a primeira grande iniciativa legislativa de sua presidência.
O pacote prevê pagamentos diretos de até US$ 1.400 para centenas de milhões de americanos, auxílio-desemprego de US$ 300 por semana até o verão, um abono por família de até US$ 3.600 por um ano, assistência de US$ 350 bilhões aos estados e municípios, expansão de US$ 34 bilhões nos subsídios do Affordable Care Act e US$ 14 bilhões para distribuição de vacinas.
A medida, intitulada American Rescue Plan, também teria um grande efeito no combate à pobreza nos Estados Unidos. Ela reduziria potencialmente a pobreza infantil pela metade, por meio de uma expansão generosa dos créditos fiscais para americanos de baixa renda com filhos, pelo aumento nos subsídios para creches e pela expansão dos cupons de alimentação e auxílio para aluguel.
Este é o sexto em uma série de projetos de lei de gastos substanciais que o Congresso promulgou desde março do ano passado, quando aprovou a lei que injetou US$ 2,2 trilhões na economia americana. No entanto, este é o primeiro a ser aprovado sem apoio bipartidário, informa o jornal The New York Times.
Maratona de votação
Os principais articuladores democratas corriam contra o tempo para aprovar o projeto. Os benefícios conferidos pelo último plano econômico se encerrariam dia 14 de março.
Durante as 27 horas de votação, as lideranças do partido impediram dezenas de ações dos parlamentares republicanos para desidratar o pacote. Foi a mais longa votação da história do Senado moderno dos EUA e terminou com 50 votos a favor (todos democratas) e 49 contra (todos republicanos; um senador não votou).
A versão final é mais modesta do que aquela apresentada pelo presidente Joe Biden. A ala moderada do Partido Democrata negociou a redução do auxílio desemprego de US$ 400 para US$ 300 e eliminou do texto a proposta de elevar o salário mínimo nacional para US$ 15 por hora.
Versão aprovada no Senado inclui:
US$ 350 bilhões para ajudar estados e municípios a superarem os déficits orçamentários;
Abono familiar de até US$ 3.600 por um ano;
Cheques no valor US$ 1.400 para os norte-americanos;
US$ 300 de auxílio-desemprego por semana;
Expansão de US$ 34 bilhões nos subsídios do Affordable Care Act;
US$ 14 bilhões para distribuição de vacinas.