A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza a segunda fase de estudos sobre coronavírus, com o objetivo de investigar a origem da Covid-19. Contudo, a China critica a investigação por acreditar ser "inconsistente".
As autoridades chinesas afirmaram que a missão é "inconsistente com a posição da China e muitos outro países", já que a OMS criticou uma suposta falta de transparência das autoridades em relação aos esforços de rastreabilidade do SARS-COV-2, o vírus causador da Covid-19.
Em uma coletiva de imprensa, Zhao Lijian, representante do Ministério de Relações Exteriores da China, afirmou que a OMS já atingiu uma "conclusão clara" sobre as origens do vírus, e que os indicativos reunidos até então fazem um "vazamento pelo laboratório ser extremamente improvável". Além disso, o país ressaltou que "alguns países" têm "politizado" o assunto.
"A rastreabilidade é um assunto científico sério, e deve ser conduzido em colaboração com cientistas ao redor do mundo. Nós estamos preocupados com a politização atual desse tema em alguns países. É esperado que a OMS tenha o espírito científico, professionalismo e objetividade, e trabalhe com a comunidade internacional para manter um rigor científico e seriedade em relação à rastreabilidade, em um trabalho conjunto para manter uma atmosfera colaborativa contra epidemias", declarou o porta-voz.
Em maio deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu 90 dias para que os serviços de inteligência do país produzam, com "esforço redobrado", um novo relatório sobre as origens do coronavírus – medida considerada “manipulação política” e “desrespeito à ciência” pela China.
O argumento americano é de que os dados atuais são insuficientes para determinar se o vírus veio da natureza ou escapou, acidentalmente, do Wuhan Institute of Virology (WIV), laboratório que trabalha com engenharia genética de diferentes coronavírus e que fica a poucos quilômetros do mercado ligado ao primeiro surto da Covid, que aconteceu no fim de 2019.
Os novos planos da OMS incluem auditar os laboratórios e os mercados em Wuhan, e a organização pediu por transparência das autoridades. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, divulgou o plano aos estados-membros dizendo que as investigações têm sido dificultadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias de disseminação da Covid-19 na China.
A segunda fase dos estudos incluirá estudos de humanos, vida selvagem e mercados de animais em Wuhan, incluindo no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, afirmou Tedros em posicionamento divulgado.