Nos últimos meses, as preocupações em relação à pandemia do novo coronavírus se voltam para as variantes do vírus, descobertas em países como Reino Unido, África do Sul e Brasil. No entanto, estudo desenvolvido pela Universidade do Texas em Austin (EUA) mostra que a variante B117 já circulava meses antes de ser descoberta, pelos Estados Unidos.
“Quando aprendemos sobre a variante do Reino Unido em dezembro, ela já estava se espalhando silenciosamente pelo mundo", observou a professora Lauren Ancel Meyers, diretora do COVID-19 Modeling Consortium da Universidade do Texas em Austin.
Por meio de uma análise de dados de 15 países, os pesquisadores estimaram que viajantes do Reino Unido introduziram a variante em 15 países entre 22 de setembro e 7 de dezembro de 2020. “Este estudo destaca a importância da vigilância laboratorial. O sequenciamento rápido e extenso de amostras de vírus é fundamental para a detecção precoce e o rastreamento de novas variantes preocupantes", acrescentou a pesquisadora.
Nova ferramenta
Diante dessa questão, os pesquisadores desenvolveram uma nova ferramenta para planejamento de sequenciamento genético que ajuda a detectar a presença de variantes. Com a proposta de ajudar os EUA a expandir a vigilância nacional de variantes, essa ferramenta (que funciona como uma espécie de calculadora, por assim dizer) indica o número de amostras de vírus que devem ser sequenciadas para detectar novas variantes assim que surgirem.
“As autoridades de saúde estão procurando maneiras melhores de gerenciar a imprevisibilidade desse vírus e suas variantes futuras. Nossa ferramenta determina quantas amostras positivas de SARS-CoV-2 devem ser sequenciadas para garantir que novas ameaças sejam identificadas assim que comecem a se espalhar", explicou Spencer Woody, pós-doutor atuante no COVID-19 Modeling Consortium.
A ferramenta também ajuda os laboratórios a descobrir com que rapidez serão detectadas novas variantes, considerando a capacidade de sequenciamento atual. “Criamos esta ferramenta para apoiar as autoridades de saúde federais, estaduais e locais na construção de sistemas confiáveis de alerta precoce para esta e futuras ameaças de pandemia”, concluiu Meyers.