Profissionais com filhos se saem melhor na hora de equilibrar as demandas do trabalho e da vida pessoal do que os colegas sem filhos, segundo pesquisa coordenada pelo professor Jarrod Haar, da Universidade de Massey, na Nova Zelândia. Ele pesquisou os níveis de equilíbrio no trabalho e na vida pessoal dos profissonais com filhos e sem fihos.
A pesquisa foi feita com 609 profissionais com filhos e 708 pessoas que não tinham filhos. O estudo revela que 52% dos pais se sentem felizes com o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, enquanto o índice entre as pessoas sem filhos é de 42%.
"O grupo dos pais realmente tinha melhores resultados do que o grupo dos ?sem-filhos?", diz Haar. "Mas não se trata de ter ou não ter filhos. Todo mundo tem múltiplos papéis que estão tentando equilibrar. Pode ser trabalho e esportes, ou, se você é religioso, sua igreja, e pode ser tão desgastante e difícil de conciliar como alguém que tem crianças", diz.
Segundo ele, para aqueles capazes de atingir um nível razoável de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, os resultados foram igualmente benéficos. "O equilíbrio foi igualmente importante para ambos os grupos do estudo, levou a uma maior satisfação no trabalho e na vida pessoal, além de uma melhor saúde mental. É um lembrete para os gerentes não classificarem as pessoas como pais ou não-pais, e, em seguida, achar que quem não tem filhos não tem nada de importante a fazer."
Haar diz que é muitas vezes mais fácil para os profissionais com filhos manter uma divisão mais clara entre o tempo no trabalho e fora dele. "Os pais são melhores em se levantar da cama e sair do escritório no final do dia", diz. "É fácil decidir se vai à academia ou vai ficar no escritório, mas você não pode optar por não buscar as crianças na creche. Talvez os pais sejam um pouco mais hábeis em alcançar esse equilíbrio, porque eles são obrigados a ter", afirma.
O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é também uma questão de percepção, segundo o professor. Haar diz que não se trata do número de coisas que devem ser feitas, mas como você se sente sobre essas coisas e se você sente que está fazendo-as bem. "O equilíbrio traz várias habilidades para a vida, e elas fazem você se sentir bem consigo mesmo e consiga lidar melhor com os momentos de estresse. Você poderia ter 100 coisas a fazer e pensar que poderia dar conta de todas elas ou poderia ter duas coisas e pensar que não seria capaz de lidar com elas. Se você sabe que consegue dar conta de tudo para sua satisfação, então faça. A exaustão de uma pessoa pode ser a alegria da outra".
Para o professor Haar, a peça-chave do resultado de sua pesquisa é o valor da flexibilidade, tanto do ponto de vista individual como da empresa. "Em um nível pessoal, o meu conselho seria fazer um balanço de todas as coisas em sua vida e decidir quais são as mais importantes. Concentre-se nessas últimas e seja um pouco mais flexível com você mesmo se você não alcançar as menos importantes o tempo todo."
Ele diz que os empregadores precisam reconhecer que as políticas de equilíbrio entre o trabalho e vida pessoal são boas para todos, não apenas para aqueles com crianças. Horários flexíveis de trabalho podem beneficiar a todos. "Atender às necessidades dos pais é uma coisa boa, mas os solteiros e sem filhos também podem ter uma vida estressante e cheia de compromissos. Políticas que beneficiam exclusivamente os pais fazem os funcionários solteiros se sentirem discriminados, às vezes", alerta.