José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Lula assume o G20 e o etanol brasileiro pode abastecer o mundo

As negociações para levar o etanol brasileiro à Índia desenvolvem-se desde julho deste ano

O Presidente Lula já está em Nova Déli, na Índia, onde participa, neste e sábado e domingo, da Cúpula do G20, o importante grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e mais a Comunidade Europeia, constituindo-se o mais significativo conjunto de nações quando se trata de assuntos comerciais.

O Presidente Lula vai receber, simbolicamente, das mãos do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a presidência do G20, cargo que ocupará oficialmente a partir de dezembro, permanecendo na direção do grupo até novembro de 2024, quando se realizará a Cúpula da organização na cidade do Rio de Janeiro. É a primeira vez que o Brasil chega à Presidência do G20, desde sua criação, em 1999.

Além de destacar-se por assumir a presidência do grupo, o Presidente Lula deve protagonizar uma prioridade de grande interesse para o Brasil, ao negociar com a imensamente populosa Índia a colocação do Etanol brasileiro como combustível alternativo para abastecer os indianos, com entendimentos já em curso com outros países do G20 nesse mesmo caminho.

A propósito, o presidente brasileiro, além das avançadas negociações com a Índia, deverá assinar um acordo global com outros 17 países, visando o incentivo aos biocombustíveis. A celebração desse acordo vai ocorrer neste domingo, com a presença do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do presidente dos Estados Unidos, Joe Baden. A ideia é destacar a experiência brasileira com a utilização do etanol.

Esse entendimento em torno do etanol brasileiro será o ponto destacado da presença do Presidente Lula no G20, mas ele deverá reforçar o seu protagonismo junto aos demais países no terreno das questões ambientais, com especial atenção sobre o aquecimento global e a importância da Amazônia nas políticas públicas de equilíbrio ambiental.

NEGOCIAÇÕES

As negociações para levar o etanol brasileiro à Índia desenvolvem-se desde julho deste ano, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi a Nova Déli, liderando uma comitiva que incluía empresários do setor em busca de novos negócios na área de biocombustíveis. A comitiva brasileira, que agora volta à Índia, acompanhando o Presidente Lula, reúne empresários do setor de uso de biocombustíveis – produzidos através de biomassa – como alternativa de substituição aos combustíveis fósseis.

Um dos principais representantes do empresariado, membro da comitiva de empresários, Evandro Gussi, presidente da Unica, afirma que a cooperação global para fomentar os biocombustíveis tem potencial de impactar cerca de 3 bilhões de pessoas.

E explica que o Brasil domina a tecnologia do etanol desde o campo até à indústria automobilística. E essa tecnologia pode ser compartilhada com outros países, de tal forma a criarmos um cinturão verde de biocombustíveis entre mais de 100 países do chamado Sul Global.

Após sua visita à Índia, liderando um grupo de empresários do setor de biocombustíveis, o ministro Alexandre Silveira disse que ficou bastante claro que os indianos estão comprometidos com a ideia de construir um modelo de mobilidade sustentável, baseado em etanol produzindo localmente , melhorando a qualidade da gasolina quando adicionado, reduzindo as emissões de carbono e diminuindo os preços para os consumidores do país.

Ao levar a Índia a se tornar um parceiro muito importante para o Brasil, o Presidente Lula poderá dar um largo passo para tornar o etanol brasileiro um exemplo para o mundo, por ser um combustível ecologicamente correto, além de contribuir para fortalecer os negócios dos produtores brasileiros, diretamente beneficiados por essa negociação entre países.

Os três pontos defendidos pelo presidente brasileiro nessa cúpula do G20, da colocação da experiência do etanol para abastecer o mundo, da luta pela preservação ambiental do planeta e do esforço para reduzir as desigualdades sociais, põem  Lula num destacado papel de liderança política.

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