José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Com o mundo derretendo, Brasil ajuda muito a melhorar o ambiente

Nos últimos 50 anos a temperatura da superfície da terra aumentou em maior velocidade do que nos 2 mil anos anteriores.

A cada dia que passa a humanidade vai sendo tomada de susto e apreensão, diante de reiteradas advertências acerca dos graves riscos decorrentes dos desequilíbrios climáticos. Relatórios de organismos internacionais, como o divulgado recentemente pelo IPCC – um órgão científico que assessora a ONU sobre questões do clima-, revela que nos últimos 50 anos a temperatura da superfície da terra aumentou em maior velocidade do que nos 2 mil anos anteriores.

E isso precisa ser levado a sério. Esse documento científico do IPCC é uma síntese de outras publicações feitas durante mais de uma década, acompanhando com cuidadosa precisão o que de fato ocorre sobre o planeta. Uma dessas graves constatações é de que foram lançados na atmosfera, de 1850 para cá, 42% de todas as emissões de gases de efeito estufa, causando, comprovadamente, o aquecimento global. Em 2019, as concentrações atmosféricas de CO2 somavam 410 partes por milhão, os maiores já registrados pelo menos nos últimos 2 milhões de anos.

O relatório do IPCC aponta que, no caso do Brasil, o setor que mais emite gases de efeito estufa é o de mudança do uso da terra, ou seja, o desmatamento das nossas florestas e expansão da agropecuária. Mais de 46% das emissões brasileiras foi de desmatamento, seguido por 24% de emissões das atividades agropecuárias, o que reflete claramente a condição semicolonial do país.

Essa notável destruição ambiental gerada ao redor do mundo, decorrente de rigoroso processo de desmatamento, eliminação de rios e lagos, uso inapropriado de terras e a consequente emissão de gases na atmosfera – diretamente responsáveis por desequilíbrio ambiental inigualável-, está trazendo na esteira de sua ação demolidora uma série de eventos naturais, cada vez mais frequentes, na forma de ciclones, tufões, terremotos, tempestades, incêndios, inundações, todos muito mortais para os humanos e as outras espécies de vida.

METADE DA HUMANIDADE ESTÁ VULNERÁVEL

Conforme esse documento científico, metade da humanidade vive em “contextos altamente vulneráveis às mudanças climáticas”, expostos a insegurança alimentar, hídrica e de moradia. Estima-se que entre 2010 e 2020, a mortalidade humana por inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis, em comparação com regiões com vulnerabilidade muito baixa.

O sexto relatório do IPCC talvez seja um dos mais contundentes já divulgados pelo órgão. Sua leitura leva a uma conclusão inevitável: no mundo capitalista nenhum acordo climático deu certo, e nem poderá dar. Todos naufragaram, a despeito dos dados que se avolumam.

Todos naufragaram, a despeito dos dados que se avolumam. Desde a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, até às mais recentes conferências nas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as promessas e compromissos não são realizadas na sua quase totalidade.

Enquanto a ciência caminha de olhos abertos perante a evolução da catástrofe climática, os mandatários políticos e econômicos que dominam os Estados nacionais, pouco se uniram para fazer valer uma governança ambiental séria e consistente para o interesse global.

ENERGIA RENOVÁVEIS 

Um sintoma grave desse desinteresse é quanto às diversas formas renováveis de energia, como a eólica e a solar, que são cada vez mais baratas, mas que somente de seis anos para cá passaram a ter importância. Ao contrário, insistiu-se em manter os combustíveis fósseis, sempre mais caros e poluentes, quando poderiam ter optado por fazer a transição para sistemas de baixo carbono. Nesse aspecto, felizmente, o Brasil demonstra ter optado pelo caminho correto, oferecendo ao mundo uma notável contribuição no terreno das energias renováveis, com fortes investimentos – sobretudo no Nordeste- na geração de fontes promissoras como Eólica e Solar, e na perseguição determinada de se obter o combustível limpo, em um futuro bem próximo, através da transformação do CO2.

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