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Última aparição do cometa Halley nos céus foi a menos fabulosa

O cometa foi registrado pela primeira vez em 240 a.C.

Foi em 27 de novembro de 1985, que o Cometa Halley cruzou os céus do planeta Terra pela última vez, cumprindo um ciclo de aparição que leva de 75 a 76 anos, conforme os estudos desenvolvidos pelo astrofísico inglês Edmond Halley. Esse espaço de tempo foi calculado pelo astrofísico Edmond, que, em 1682, previu sua próxima passagem em 1759, o que se confirmou.

O Halley é o único planeta a aparecer nos céus da terra visível a olho nu. Mas sua aparição de 1985 é considerada a menos interessante.

O cometa foi registrado pela primeira vez em 240 a.C. e mostrou-se visível a olho nu em todas as suas 30 aparições registradas. Nos anos 374, 607, 837 e 1066, apresentava um brilho maior do que a mais brilhante das estrelas do hemisfério celestial norte. A aparição de 1066 ficou registrada nas tapeçarias de Bayeux.

O brilho do cometa, quando está no periélio, tem sido interpretado como uma indicação de que este perde aproximadamente 3x10^11 kg de gás e poeira em cada aparição; este valor representa cerca de 0,1% da sua massa total. As partículas de poeira maiores compõem um grupo de meteoros que é atraído pela Terra duas vezes por ano.

Isto tem como conseqüência as chuvas de meteoros Eta Aquarid, no final de abril, e Orionidas, no final de outubro. A massa deste fluxo de meteoros indica que o cometa está na meia-idade: foi capturado pelo campo gravitacional de Júpiter, que o obrigou a descrever a órbita atual mais ou menos 200 mil anos atrás, numa época em que seu núcleo tinha aproximadamente 19 km de diâmetro.

Este núcleo agora tem mais ou menos 11 km de diâmetro e dentro de 300 mil anos terá desaparecido completamente. O sucesso da predição de Edmond Halley do retorno de seu cometa em 1759 foi considerado como uma prova sensacional da lei da gravitação de Newton.

Na reaparição de 27 de novembro de 1985, a humanidade tinha já 28 anos de era espacial e uma frota de espaçonaves, inclusive a sonda Giotto, foi enviada para observá-lo.

O próximo periélio do Cometa Halley será em 9 de agosto de 2061.

O cometa Halley, também conhecido por 1P/Halley, é o mais conhecido dos chamados cometas periódicos (cometas que possuem períodos orbitais inferiores a 200 anos). Esse cometa é o único visível a olho nu que apresenta um período orbital inferior ao tempo médio de vida de um ser humano (varia entre 75 e 76 anos a sua órbita). Apesar da sua passagem pelo planeta Terra ser registada desde pelo menos 240 AC, só no século XVII é que se descobriu que todas essas ocorrências estavam associadas ao mesmo cometa.

Foi Edmond Halley (1656 – 1742), um matemático e astrónomo inglês, que descobriu que os cometas que haviam passado pela Terra no ano de 1531, 1607 e 1682 eram, na realidade, um só. Halley determinou que a órbita desse objecto celeste era de cerca de 76 anos e que voltaria no ano de 1757. A previsão de Halley revelou-se verdadeira e o cometa voltou a aparecer, mas no ano de 1758 (16 anos após a morte de Halley). 3 matemáticos franceses (Clairault, Lalande e Lepaute) determinaram que o “atraso” de 618 dias se deveu à atracção do cometa pela força gravitacional dos planetas Júpiter e Saturno. Devido às suas descobertas, foi atribuído o nome Halley a esse cometa.

Veja, aqui, os anos de aparição do Cometa Halley, desde o ano 12 AC:

12 AC → Alguns teólogos sugeriram que a passagem do cometa nesse ano poderá estar associada à chamada estrela de Belém, que aparece na Bíblia.

837 → Segundo alguns cientistas, esta foi a passagem em que o cometa esteve mais próximo da Terra (4 milhões de quilómetros).

1066 → A passagem do cometa foi considerada como um mau presságio em Inglaterra. No final desse ano, Haroldo II, último rei da monarquia anglo-saxónica, morreu na batalha de Hastings e a Inglaterra passou a ser dominada por Guilherme I, duque da Normandia.

1835 → O conhecido escritor americano Mark Twain nasceu duas semanas depois da passagem do cometa. Na sua biografia, Twain disse que “veio” com o cometa Halley em 1835 e que “iria” com ele na sua próxima passagem, em 1910. Twain morreu nesse mesmo ano e no dia seguinte à altura em que o cometa esteve mais próximo da Terra.

1910 → Foram tiradas as primeiras fotografias ao cometa. Nessa passagem, a comunicação social da altura lançou o pânico geral, ao dizer que a passagem do cometa traria consigo uma grande quantidade de (CN)2, um gás mortal da família dos cianetos. Os astrónomos insistiram que não existiam quaisquer riscos e de facto não aconteceu nada.

1985 → A última passagem do cometa pela Terra foi a menos espectacular de todas. A sonda Giotto passou pelo cometa e tirou-lhe fotografias.

Como já dito a próxima passagem do cometa deverá ocorrer em Julho de 2061.

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