A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) apresentou um projeto de lei inovador que institui cota mínima para a participação de atrizes e atores, figurantes e técnicos e técnicas negros na produção de filmes, programas e peças publicitárias. A matéria traz medidas concretas para enfrentar as desigualdades presentes na indústria audiovisual.
De acordo com o proposição, a produção audiovisual destinada à veiculação em emissoras de televisão e salas cinematográficas deverá assegurar a participação mínima de 30% de atrizes, atores, figurantes, técnicos e técnicas negros. Além disso, órgãos da administração pública direta e indireta, empresas públicas e sociedades de economia mista serão obrigados a incluir cláusulas contratuais que garantam a presença de artistas negros em proporção não inferior a 30% do elenco total em contratos para realização de filmes, programas e peças publicitárias.
A proposta vem em resposta à necessidade de se combater a sub-representação e a falta de diversidade na produção audiovisual brasileira. A deputada baseia-se em um estudo do jornal Le Monde, datado de 09 de agosto de 2023, que destaca o impacto positivo das políticas de cotas raciais na ascensão de estudantes negros nas universidades. O projeto de lei busca replicar esse sucesso no âmbito da indústria cultural, permitindo que a população negra também se veja representada na tela.
Agência Nacional do Cinema (Ancine) revelaram que apenas 2,5% de diretores e roteiristas são negros, e outras pesquisas indicam que o protagonismo é predominantemente reservado a homens brancos.
A justificativa para a proposta é embasada em pesquisas que apontam a baixa presença de pessoas negras em posições de destaque na indústria audiovisual. Dados daO projeto de lei da Deputada Jandira Feghali almeja não apenas corrigir essa disparidade, mas também promover uma mudança cultural na forma como a população negra é representada e percebida na mídia. A proposta, se aprovada, poderá ter um impacto significativo na indústria audiovisual, garantindo uma representatividade mais autêntica e inclusiva, e contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.