O sambista Arlindo Cruz foi o grande homenageado pela X-9 Paulistana. A escola, a sexta a desfilar no Anhembi na madrugada deste sábado (2), comemorou os 60 anos do cantor, que se recupera de um acidente vascular cerebral (AVC) acontecido em 2017. O próprio Arlindo esteve presente no último carro da escola, após ser liberado por médicos para participar, acompanhado de uma equipe de enfermeiros
Seu filho, Arlindo Neto (o Arlindinho), também participou da homenagem ao cantar o samba-enredo ao lado do intérprete Darlan Alves O terceiro carro curiosamente representa outra duas escolas. A Império Serrano, escola carioca do coração de Arlindo, e a Portela são lembradas na alegoria
A X-9 tenta uma colocação melhor depois do 11º lugar em 2018, ano em que apresentou um enredo sobre ditos populares, em seu segundo ano com o carnavalesco Amarildo de Mello.
Logo na comissão de frente, a escola mostrou a luta de Arlindo, que sofreu um AVC, através do confronto entre Ajogun, uma força negativa dentro das religiões africanas, e Xangô, santo do cantor. Babi, esposa de Arlindo, foi representada como a orixá Yansã.
Depois disso, a X-9 explorou a carreira e a vida do sambista, desde sua origem africana ao começo do sucesso no bloco Cacique de Ramos, que culminou nas suas participações no grupo Fundo de Quintal e no programa "Esquenta".
O quarto carro ainda representou as favelas e seus moradores, sempre exaltados pelo cantor. Mais de 50 atores mostravam a luta e a história das comunidades.
Mas o destaque foi mesmo o próprio Arlindo, que esteve no desfile acompanhado da família no último carro, segurando um machadinho de Xangô. Sua presença era incerta por causa da chuva, que podia prejudicar sua saúde, mas, no fim, ele conseguiu participar da festa.