Pescadores levaram um belo susto quando puxaram uma rede do mar e, entre os peixes, encontraram um tubarão pré-histórico assustador.
O animal – com mais de 300 dentes e comprimento superior a 1,5 metros – morreu assim que chegou à superfície, mas seu corpo foi entregue para pesquisadores de um navio, que logo reconheceram o tubarão Chlamydoselachus anguineus, também chamado de tubarão-enguia ou tubarão-cobra.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), tubarões dessa espécie são considerados verdadeiros “fósseis vivos”. Alguns pesquisadores acreditam que eles remontam do período Jurássico tardio, enquanto outros creem que ele seja um pouco mais recente. De qualquer forma, o Chlamydoselachus anguineus está nos oceanos a dezenas de milhões de anos, muito antes do homem ter aparecido sobre a face da Terra.
Pouco se sabe sobre a Chlamydoselachus anguineus
O tubarão em questão foi capturado por uma rede jogada a 700 m de profundidade, o que é conforme à União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), cerca da metade da profundidade que ele pode nadar, já que a espécie costumar ficar entre 20 e 1.500 metros de profundidade.
Esse é um dos motivos que faz com sua espécie e seu comportamento sejam pouco conhecidos pelos estudiosos. Como costumam a viver a muitos metros de profundidade são difíceis de monitorar.
De acordo com o site LiveScience, o que se sabe é que os tubarões-enguia vivem nos oceanos Atlântico e Pacífico e podem ser encontrados da Angola ao Chile, da Guiana à Nova Zelândia e da Espanha ao Japão. Além disso, já foi descoberto que eles têm um período de gestação incrivelmente longo, que dura entre um e dois anos; que nascem com até 60 centímetros de comprimento e podem vir em ninhadas de dois a 15 filhotes.
Captura em massa
Em 2003, uma única rede de arrasto capturou 34 Chlamydoselachus anguineus – 15 machos e 19 fêmeas – logo ao norte das ilhas dos Açores, no meio do Oceano Atlântico, a cerca de 1.400 km a oeste de Portugal. Dado que é raro capturar tubarão-enguia, é provável que a rede de arrasto tenha capturado os tubarões durante um evento de acasalamento, de acordo com um estudo de 2008 do Journal of Ichthyology.
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