Um recente estudo descobriu que as pessoas com mais de 60 anos têm 27% mais chances de desenvolver demência se perderem apenas 1% do sono profundo, conhecido como sono de ondas lentas, a cada ano. O sono de ondas lentas é o terceiro estágio do ciclo humano de sono de 90 minutos, com duração de cerca de 20 a 40 minutos.
Esse é o estágio mais tranquilo, onde as ondas cerebrais e a frequência cardíaca diminuem e a pressão arterial cai. Na ciência, é a fase do sono necessária para a restauração física e do sistema imunológico. É ele que prepara nosso cérebro para absorver mais informações.
Acordar durante esse estágio do sono pode levar à desorientação e fazer com que a pessoa tenha um dia improdutivo. Uma pesquisa relacionada ao tema descobriu que indivíduos com alterações cerebrais relacionadas à doença de Alzheimer, obtiveram um desempenho melhor em testes de memória quando tiveram mais sono de ondas lentas.
Como isso influencia o risco de demência?
Os responsáveis pelo estudo explicaram que essa etapa do sono se torna benéfica para o envelhecimento do cérebro de muitas maneiras. Sabe-se, por exemplo, que o sono aumenta a eliminação de resíduos metabólicos do cérebro, inclusive facilitando a eliminação de proteínas que se agregam na doença de Alzheimer.
Em contrapartida, até o momento, ainda não está claro o papel do sono de ondas lentas no desenvolvimento da demência. Mas as descobertas sugerem que a perda do sono de ondas lentas pode ser um fator de risco modificável para demência.
Conclusão
Descobriu-se que a taxa de sono de ondas lentas diminui a partir dos 60 anos, com esta perda atingindo o pico entre as idades de 75 e 80 anos e estabilizando depois disso. Ao comparar o primeiro e o segundo estudos do sono dos participantes, os pesquisadores descobriram uma ligação entre cada diminuição de ponto percentual no sono de ondas lentas por ano e um risco aumentado de 27% de desenvolver demência.
Esse risco aumentou para 32% quando se concentraram na doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. Baixos níveis de sono de ondas lentas foram associados a um maior risco de doenças cardiovasculares, ao uso de medicamentos que podem afetar o sono e à presença do gene APOE ε4 , que está ligado ao Alzheimer.