Numa recente entrevista ao programa "Fantástico" da TV Globo, a apresentadora Ana Maria Braga compartilhou que no início dos anos 2000 enfrentou um tumor maligno na região anal, resultado da contaminação pelo vírus HPV. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra, mastologista e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, ressalta que além do ânus, o HPV pode ocasionar câncer no colo do útero, boca e garganta.
O que é o HPV? O Papilomavírus humano (HPV), uma sigla em inglês, é um vírus transmitido principalmente por contato sexual que pode infectar tanto a pele quanto as mucosas (oral, genital ou anal) de homens e mulheres. "É fundamental vacinar as meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos com as vacinas disponíveis no SUS", ressalta a médica, em entrevista ao Terra.
"Quando as pessoas têm relações sexuais desprotegidas, elas estão expostas ao contágio por diversas doenças - e o HPV é uma delas. A partir da exposição ao HPV, podem surgir verrugas genitais (condilomas genitais ou condilomas acuminados), que indicam a presença do vírus, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)", diz.
Como o HPV é transmitido? O HPV pode ser assintomático, mas ainda assim pode ser transmitido durante a atividade sexual. Portanto, o uso de preservativo é essencial para prevenir sua propagação. "Basta uma relação íntima para que você seja contaminado pelo HPV. Esse é um vírus altamente contagioso e sua transmissão se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Assim, o toque da mão ou da boca com o órgão genital ou o próprio ato sexual podem gerar o contágio - sem que haja, necessariamente, a penetração", afirma Mariana.
Como é feito o diagnóstico?
No consultório, o médico pode diagnosticar o HPV através de um exame clínico. Exames como Papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, hibridização in situ, captura híbrida e PCR podem ser solicitados para confirmar a doença. Adicionalmente, a ginecologista menciona a possibilidade de realizar o teste de HPV de alto risco, que pode detectar o vírus em mulheres sem sintomas.
"Toda mulher precisa fazer o Papanicolau anualmente, um exame que detecta a presença de doenças no aparelho reprodutor. A partir do momento em que a mulher é contaminada pelo HPV, ela necessita ficar ainda mais atenta, fazendo a vulvoscopia e a colpocitologia oncótica, que são exames simples, realizados no mesmo momento do Papanicolau, mas que têm a função de verificar se o HPV está ativo no organismo, desencadeando lesões. Se aparecerem sintomas, é preciso cauterizá-las, com o uso de métodos adequados, como laser ou ácidos, para que o problema não avance e o câncer apareça", orienta.