Maconha pode causar este transtorno grave em 20% dos usuários, diz médico

A decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal levantou questões sobre os efeitos da substância na saúde

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Imagem ilustrativa para efeitos da maconha no cérebro | Reprodução/Internet

A decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal levantou questões sobre os efeitos da substância na saúde. Um tema discutido é o transtorno por uso de cannabis, pouco estudado pela ciência e desconhecido pelo público em geral. Este transtorno, que pode afetar até 20% dos usuários de maconha, está ligado ao abuso da droga e causa impactos negativos no bem-estar e na qualidade de vida.

Segundo o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), há uma grande dificuldade em distinguir entre usuários e dependentes de maconha, bem como aqueles que não se enquadram em nenhuma dessas categorias. "Mas o transtorno por uso de cannabis seria equivalente ao que se chama de dependência", explica ele.

Segundo o psiquiatra, essa condição pode se manifestar de diferentes maneiras. Para começar, ela está relacionada à quantidade e à frequência no consumo. "Qualquer pensamento ou tentativa de reduzir o consumo gera sintomas intensos de ansiedade ou depressão", caracteriza Silveira, que estuda dependência há 40 anos.

O que aumenta o risco de dependência

O profissional afirma que esse tipo de transtorno acontece devido a diferentes fatores. "Um sinal de alerta é o padrão de uso, quando o indivíduo altera a frequência ou a quantidade de consumo. Por exemplo, se ele passa a fumar todos os dias", pontua o psiquiatra. 

Outro padrão de comportamento que pode levar ao transtorno é a transição do uso recreativo para um consumo que se baseia em justificativas de bem-estar ou saúde, sem a avaliação adequada de um profissional especializado. "É o caso da pessoa que está nervosa, triste, ansiosa e decide fumar maconha como uma forma de aplacar esses sintomas", exemplifica o médico.

Risco mais elevado

Segundo o psiquiatra existem dois grupos nos quais o risco de danos associados ao uso de cannabis é maior. "Primeiro, os jovens. É absolutamente contra-indicado fumar maconha antes dos 21 anos. Essa é a idade em que o amadurecimento do cérebro termina", cita ele.

Antes dessa fase, os componentes da planta podem impactar o desenvolvimento dos neurônios e outras células do sistema nervoso, o que pode resultar em consequências negativas ao longo da vida. 

O pesquisador observa que a maioria dos problemas psíquicos ligados à cannabis ocorre em pessoas que experimentaram essa substância psicoativa em idade precoce. "O segundo grupo inclui pessoas que têm casos de esquizofrenia na família. Nesse contexto, o consumo de cannabis pode ser bastante prejudicial", complementa ele.



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