Uma pesquisa indica que o isolamento provocado pela Covid-19 cria alertas sobre a depressão infantil. A pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria da USP e divulgada pelo Jornal o Estado de São Paulo investigou a saúde mental de jovens na pandemia e identificou sintomas de ansiedade ou depressão em 27% das 7 mil crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos de idade.
De acordo com a pesquisa, a pandemia e o isolamento social formam a "tempestade perfeita" para o aumento de casos de depressão. Isso porque, segundo especialistas, crescem fatores de risco que podem desencadear o problema e diminuem as chances de proteção. “Associada a adultos e adolescentes, a depressão também atinge crianças”, informa a psicóloga Thais Taumaturgo.
Os cientistas ainda não determinaram todas as causas da depressão na infância, mas há consenso de que é desencadeada pela genética ou fatos externos, como perda de parente ou divórcio dos pais. “No geral a porcentagem de depressão infantil é 1% e é difícil de ser percebida pelos pais, então o índice poderia ser maior” afirma Thais.
A psicóloga explica que muitas vezes a depressão na infância é difícil de ser diagnosticada, porque os pais resistem a acreditar que o filho pequeno tenha depressão. “Tendem a acreditar que é birra. E as crianças nem sempre conseguem falar o que sentem. Então é preciso ficar atentos aos sinais e sintomas como: irritabilidade, sonolência/ insônia, baixo rendimento escolar, falta de vontade de brincar, incontinência urinária, choro fácil e falta de apetit”.