A parada cardíaca, embora se dê de forma súbita, pode apresentar sintomas até 24 horas antes de acontecer, segundo estudiosos do Instituto do Coração Smidt, no Centro Médico Cedars-Sinai, nos Estados Unidos. A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet Digital Health Journal, e noticiada pelo O Globo, mostra que 50% dos pacientes estudados apresentaram um dia antes da parada cardíaca.
O estudo mostra ainda que esse sinal costuma variar entre homens e mulheres. Enquanto para o sexo feminino é mais comum a falta de ar, para pessoas do sexo masculino é mais corriqueira a dor no peito. Esses são os sintomas mais relatados, no entanto uma quantidade menor de pessoas relatou a presença de palpitações, atividades parecidas com convulsões e sinais semelhantes aos de uma gripe, 24 horas antes da parada.
Tempo de buscar ajuda
Os pesquisadores afirma que 90% das paradas cardíacas que acontecem fora do hospital costumam resultar em óbito do paciente. Diante disso, ter sinais do problema antes de ele acontecer é importante para que a pessoa possa identificá-lo antes e em tempo hábil de buscar ajuda de um profissional.
"Aproveitar os sintomas de alerta para realizar uma triagem eficaz para aqueles que precisam fazer uma ligação para a emergência pode levar à intervenção precoce e à prevenção da morte iminente. Nossas descobertas podem levar a um novo paradigma para a prevenção da morte súbita cardíaca", afirma o diretor do Centro de Prevenção de Paradas Cardíacas do Instituto do Coração Smidt, e autor do estudo, Sumeet Chugh, em comunicado.
O estudo
As conclusões do estudo se deram a partir de dois estudos, que acompanham duas comunidades americanas, em Portland, no estado de Oregon, e outra em Ventura County, na Califórnia. Eles estão em andamento a 8 e 22 anos respectivamente. Os dados são de pessoas com idade entre 18 e 85 anos, que usaram os serviços de emergência com parada cardíaca, no período de fevereiro de 2015 e janeiro de 2021.
Os dados dos pacientes mostraram que 50% deles apresentaram pelo menos um sintoma associado ao quadro 24 horas antes. Destes, 30% foi falta de ar e dor no peito. “Em modelos específicos para cada sexo, a dor no peito, a dispneia (falta de ar) e a sudorese foram associadas à parada cardíaca súbita nos homens, mas apenas a dispneia foi associada à parada cardíaca súbita nas mulheres”, escrevem os autores no estudo.