Este suplemento popular aumenta risco de AVC, revela estudo

Nesse estudo, pesquisadores acompanharam a saúde de quase 500 mil pessoas com idades entre 40 e 69 anos ao longo de cerca de 12 anos

AVC | Reprodução/Internet
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Recentemente, pesquisadores britânicos realizaram um estudo que revelou que o uso prolongado de suplementos de óleo de peixe pode aumentar o risco de doenças cardíacas e AVCs em pessoas sem histórico desses problemas. Os resultados foram publicados na revista BMJ Medicine.

No entanto, o estudo também trouxe uma descoberta interessante para aqueles com histórico de problemas cardiovasculares: para esses pacientes, o consumo regular dos suplementos demonstrou ser benéfico, ajudando a prevenir o avanço de condições como fibrilação atrial e insuficiência cardíaca.

O óleo de peixe é conhecido por ser uma rica fonte de ácidos graxos ômega-3, que têm benefícios comprovados para a saúde do cérebro e do coração. Apesar disso, as pesquisas sobre os suplementos de óleo de peixe têm apresentado resultados variados quanto à sua eficácia.

DETALHES DO ESTUDO

Neste estudo recente, pesquisadores acompanharam a saúde de 415.737 pessoas com idades entre 40 e 69 anos ao longo de aproximadamente 12 anos. Dentre os participantes, cerca de 31,5% (130.365) relataram o uso regular de suplementos de óleo de peixe.

Os resultados indicaram que o uso desses suplementos estava associado a um aumento de 13% no risco de desenvolver fibrilação atrial (um tipo de batimento cardíaco irregular) e a um aumento de 5% no risco de AVC para aqueles sem histórico de doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares, incluindo insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e AVC, são as principais causas de morte globalmente.

No entanto, para os participantes com histórico de problemas cardiovasculares, a suplementação com óleo de peixe foi associada a uma redução de 15% no risco de progressão de fibrilação atrial para ataque cardíaco e a uma redução de 9% na mortalidade após insuficiência cardíaca.

Além disso, o estudo revelou que mulheres e não fumantes que usavam os suplementos apresentaram um aumento de 6% no risco de transição de um estado de boa saúde para ataque cardíaco, AVC ou insuficiência cardíaca. Em contraste, homens e idosos mostraram mais benefícios, com uma redução de 7% e 11%, respectivamente, no risco de progressão de boa saúde para mortalidade.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Os pesquisadores notaram a falta de informações detalhadas sobre a dose e a formulação dos suplementos de óleo de peixe consumidos pelos participantes. Além disso, a maioria dos participantes era de ascendência branca, o que levanta dúvidas sobre a aplicabilidade dos resultados para outras etnias.

Essas limitações ressaltam a complexidade da medicina nutricional e a importância da personalização na abordagem terapêutica. Os pesquisadores destacam a necessidade de estudos adicionais para explorar mais a fundo a relação entre eventos cardiovasculares e o uso regular de óleo de peixe.

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