De acordo com um novo estudo conduzido por Rutgers Brain Health Institute (BHI), mostrou que adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) possuem um risco acentuado de desenvolver demência. A análise se baseou nos registros de mais de 100.000 idosos em Israel ao longo de 17 anos, de 2003 a 2020.
Em seguida, analisaram a ocorrência de demência entre eles à medida que envelheciam. Aqueles que tiveram um novo diagnóstico de TDAH durante este período tinham uma incidência de demência de 13,2% – um percentual significativamente maior que os 7% registrados entre os indivíduos que não manifestaram o transtorno.
O objetivo do estudo foi analisar a incidência da demência na população, e é um dos primeiros a apontar a possível ligação biológica entre a condição e o TDAH. Evidenciou-se que os processos cerebrais envolvidos no TDAH podem reduzir a capacidade natural neuroprotetora do cérebro ao longo da idade.
"Ao determinar se os adultos com TDAH correm um risco mais elevado de demência e se os medicamentos e/ou as mudanças de estilo de vida podem afetar os riscos, os resultados desta investigação podem ser utilizados para informar melhor os prestadores de cuidados e os médicos", afirmou Michael Schnaider Beeri, coautor do estudo no Rutgers BHI, em um comunicado.
Os mecanismos, como a diminuição da reserva de massa cinzenta – responsável pela cognição – podem acelerar o declínio cognitivo em pacientes com TDAH. Apesar de proporcionar uma nova perspectiva sobre a associação do TDAH com a demência, a pesquisa possui limitações importantes. São elas:
- a ausência de dados sobre TDAH na infância;
- a dificuldade em diagnosticar corretamente o TDAH;
- o desconhecimento a respeito dos efeitos do uso prolongado de psicoestimulantes.
A investigação ressalta a importância de compreender e aprofundar a investigação sobre a ligação entre TDAH e demência, fornecendo um bom ponto de partida para futuras pesquisas na área. "Este estudo não é capaz de descrever se há um mecanismo causal envolvido e, em caso afirmativo, qual é", disse Roxana O Carare, professora da Universidade de Southampton, que não fez parte do estudo. “Estes resultados representam um "ponto de partida" para investigar mais aprofundadamente o assunto”, acrescentou.