Em protesto contra as recentes propostas do governo alemão de cortar benefícios fiscais no setor agrícola, mais de 1,5 mil fazendeiros de diversas regiões do país conduziram tratores até o Portão de Brandemburgo, em Berlim, atendendo a uma solicitação da Associação Alemã de Agricultores.
Após a determinação do Tribunal Constitucional em novembro para evitar mais dívidas, totalizando 17 bilhões de euros em cortes, a coalizão governamental decidiu tirar o subsídio ao diesel agrícola e encerrar a isenção de impostos para veículos agrícolas e florestais no orçamento de 2024, sendo o motivo central da manifestação, que ocorreu no dia 18 de dezembro.
Joachim Rukwied, presidente da Associação, considerou os planos do governo como "uma declaração de guerra" contra os agricultores. Ele afirmou que a categoria não aceitará as mudanças propostas e ameaçou com novos protestos a partir de 8 de janeiro, prometendo presença "em todos os lugares de uma forma sem precedentes no país", caso a coalizão governamental não recue.
Os agricultores alegam que a eliminação dos incentivos resultará em um ônus adicional de mais de 1 bilhão de euros por ano para o setor agrícola. Durante o protesto, Cem Özdemir, do partido verde e ministro da Agricultura, trouxe a promessa de lutar contra os cortes propostos. Contudo, sua participação foi marcada por vaias e assobios dos manifestantes.
Opiniões divergentes cercam a ação, com alguns vendo-a como uma resposta necessária à crise orçamentária. No entanto, outros, incluindo a União Democrata Cristã (CDU), principal força de oposição, se opõem às mudanças, pressionando o governo por uma revisão de suas decisões.
A medida afeta diversos setores, mas destaca-se na agricultura, gerando preocupações sobre a competitividade dos produtos alemães e a possível importação de alimentos de países com padrões ambientais mais baixos. O cenário revela uma complexa disputa entre as diferentes perspectivas sobre a abordagem adequada diante dos desafios econômicos.