Por Rany Veloso
Após três meses de atraso, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) finalizou nesta quarta-feira (20) a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. Sob a presidência do deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), a comissão aprovou o texto que define as despesas do Governo Federal para o próximo ano, totalizando mais de R$ 5 trilhões, com R$ 2,2 trilhões em despesas, e mais de R$ 50 bilhões destinados às emendas parlamentares.

Após a aprovação do relatório geral, elaborado pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA), o Orçamento de 2025 votação foi ao Plenário do Congresso Nacional e aprovado de forma simbólica às 17h42 desta quinta-feira (20). Alcolumbre agradeceu nominalmente à ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, que liberou o pagamento de emendas represadas.
Como a coluna mostrou ontem, Arcoverde culpou o governo pelo atraso.
O deputado do PP do Piauí destacou que cumpriu seu compromisso com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), de entregar o texto para votação na sessão do Congresso às 15h.
“Entreguei às 15h04. Tive um atraso de quatro minutos. Ele até brincou sobre isso. Davi foi nos prestigiar porque é um grande amigo”, afirmou o parlamentar.
Curiosamente, foi a primeira vez em muito tempo que o presidente do Congresso não acompanhou as atividades da CMO do início ao fim, chegando apenas ao final da sessão.
“Foi uma maneira de prestigiar a mim e ao senador Ângelo Coronel. Davi é um amigo de longas datas. Pouca gente sabe, mas nossa relação vem de muito tempo”, acrescentou Arcoverde.
MUDANÇAS NO ORÇAMENTO
Durante seu discurso de encerramento, Júlio Arcoverde enfatizou a importância do trabalho conjunto para a construção de um orçamento que atenda às necessidades do país. Ele também ressaltou as dificuldades enfrentadas pelos parlamentares por causa das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender por mais de quatro meses o pagamento de emendas parlamentares.
“Sempre estivemos prontos para cumprir o calendário regimental do Congresso Nacional. Nosso desejo era que a votação ocorresse ainda em 2024, mas enfrentamos muitos desafios para concluir esse processo orçamentário”, afirmou.
No encerramento dos trabalhos, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA), mandou uma indireta. "Ninguém é obrigado a dar a palavra, mas se der que cumpra, pois o mundo é redondo".
ARCOVERDE COMEMOROU SUA PRESIDÊNCIA
“Sinto um orgulho imenso por ter sido o primeiro deputado federal piauiense a ocupar esta presidência, trazendo nosso estado para o centro das discussões nacionais e trabalhando para atender às demandas do povo brasileiro”, concluiu.
Entre as principais mudanças aprovadas, destaca-se a previsão de um superávit de R$ 15 bilhões, em contraste com a proposta inicial do governo, que previa superávit de R$ 3,7 bilhões.
O governo também promoveu remanejamentos, incluindo:
• Corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família
• Acréscimo de R$ 3,5 bilhões no Auxílio-Gás
• Inclusão de R$ 1 bilhão para o programa Pé-de-Meia, valor considerado insuficiente, já que o programa demanda cerca de R$ 13 bilhões.
Diante do impasse, o governo se comprometeu a enviar um projeto de lei complementar para abrir crédito e garantir os recursos necessários.