Por: Filipe Germano – Acadêmico do curso de Licenciatura Plena em História (FAMEP)
Estamos passando por um problema sério de falta de água potável para abastecimento da população nas grandes e pequenas cidades de nosso País. Um problema vivenciando durante muitos anos apenas na Região Nordeste, porém, nunca teria atingido de maneira severa os Estados do Sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que enfrentam problemas com a falta de chuva.
A falta de recursos hídricos impossibilitando o abastecimento da população nas grandes cidades nós faz refletir sobre nosso município, São Miguel do Tapuio, localizado no meio da Caatinga, escondido na divisa do Piauí com Ceará, que abriga um dos maiores lençóis de água potável do estado em seu subsolo.
A utilização desregrada (que não segue ou tem regra ou ordem) desse recurso natural pode causar problemas seriíssimos e irreversíveis para a população sãomiguelense em um futuro próximo. Em algumas partes da cidade o impacto desse desuso já é obviamente notável.
Vejamos os dados não oficiais de baixa nos níveis de água do Bairro São Luis. Técnicos da Agespisa (Águas e Esgotos do Piauí SA) relataram que tiveram que aprofundar mais de 12 metros a Bomba Submersa – Bomba d'água para Poço, para continuar a fornecer água aos moradores. Outro poço, localizado no mesmo bairro, administrado pela Prefeitura Municipal, teve a mesma baixa.
Poços jorrantes, localizados no centro e na zona rural da cidade, que poderiam servi para o abastecimento de milhares de pessoas, apenas são utilizados como desperdiçadores de água potável, sem nenhuma medida tomada para, de fato, atender as necessidades da população.
Em Cristiano Castro-PI a 595 km de Teresina, o Ministério Público Federal e também o estadual ingressaram com uma ação civil pública ambiental em que cobram medidas definitivas para as questões que envolvem os poços jorrantes. Os órgãos chamam a atenção para o desperdício da água em uma região onde milhares de pessoas são abastecidos por carros-pipa. Fonte G1.
Outro fator que pode ser apontado como um dos responsáveis pela baixa no nível do lençol freático do município é a utilização de forma esbanjada (gastar de maneira descontrolada) do Grupo Mangueira Indústria de Bebidas, de Castelo do Piauí, que usufruem dos recursos hídricos do município.
Em tempos de seca, onde o homem do campo é castigado, a estiagem fez o maior reservatório de água secar completamente no município. Construído em 1981, o Açude São Vicente, localizado a 4km da sede, já foi grande atrativo turístico, atraindo milhares de pessoas para sua margem.
Diante de tantos fatos, relatados, não dá pra ficar de braços cruzados esperando que os problemas enfrentados, atualmente, nas cidades do Sudeste cheguem a atingir os pequenos municípios como São Miguel do Tapuio, que possui cerca de 19 mil habitantes. Medidas severas para conter o desperdiçio devem ser tomadas em caráter de emergência.
A solução mais simples é a economia, ou seja, a redução do consumo. Gestos simples que muitos estão “careca de saber” e mesmo assim não estão nem um pouco preocupados, só vão lembrar-se disso, o dia que faltar água mesmo.
Diante do exposto a Câmara Municipal de Vereadores convocou uma audiência pública para o dia 13 de janeiro de 2016 com o objetivo de levantar o tema para com a população, que deve sem soma de dúvidas, comparecer em peso e cobrar um trabalho sério e de fiscalização para conter o desperdício. Evitando, assim, que amanhã ou depois, falte definitivamente água em suas torneiras.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.